tag:blogger.com,1999:blog-182963032024-03-13T14:25:00.080-03:00Flores que colho, ou deixo...Lillian Bentohttp://www.blogger.com/profile/10491113455811421723noreply@blogger.comBlogger185125tag:blogger.com,1999:blog-18296303.post-21853193969093870522023-05-25T14:45:00.002-03:002023-05-25T14:45:19.625-03:00Silêncio Já não vejo sentido falar sobre minha dor. <div>Ela permanece a rasgar meu peito</div><div>Mas o passar das horas me fez aceitar essa presença</div><div>Já não faz mais sentido gritar tanto</div><div>Não alivia</div><div>Nada alivia!</div><div>Abraço a dor.</div><div>Não sinto mais forças para lutar contra ela</div><div>Aprendo com ela</div><div>Nunca a quis, mas acolho</div><div>Vou buscar o silêncio para ouvir o que ela me diz</div><div>E descobrir por onde vou</div><div><br /></div><div><br /></div><div><br /></div>Lillian Bentohttp://www.blogger.com/profile/10491113455811421723noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-18296303.post-56728148444964283112023-04-24T19:33:00.003-03:002023-04-24T19:39:37.559-03:00O sofrer é sozinha<p>A partir do celular partilhei minha dor com algumas pessoas<br />Mensagens, ligações e ele... <br />O algoritmo, atento, tomou as rédeas<br />Todos os dias passou a me enviar uma frase, uma oferta de autoajuda<br />Uma pseudo ajuda. Algumas para vender cursos, outras para vender terapias diversas.</p><p>Hipocrisia que até irrita! </p><p>Em um desses conselhos de internet estava escrito:<br />"É preciso muita maturidade para ser quebrado ao meio e sofrer sem fazer barulho".</p><p>Sofrer calada... </p><p>...</p><p>...</p><p>O preço de demonstrar fragilidade nesse mundo instagramável é alto demais.<br />Você está sofrendo? Por isso? Você é maior que isso! <br />Que bobagem, leia autoajuda, se empodere e siga para a próxima estação!</p><p>Quanta mentira! <br />Quanta bobagem fingir que não sente. <br />Performar perfeição<br /><br />Me quero imperfeita.<br />Quero gritar minha dor<br />Em palavras<br />Pinceladas<br />Gritos<br />Conversas<br />Abraços<br />Beijos<br />Cheiros<br />Gostos<br /><br />Por que sofrer calada e quietinha enquanto quero gritar a dor de um peito rasgado?<br />Desnudar minha alma<br />Derramar a água turva que carrego <br />Largar meu corpo nessa mesma água que transborda de meus olhos!<br /></p><p>Assumir a dor não me faz menor<br />Assumir que estou quebrada me lembra que sou frágil. <br />De carne, vísceras e fluídos</p><p>Me lembra que sou breve<br />Que quero sentir a vida sem anestesia<br />Enquanto sangrar, eu vou gritar<br />De alguma forma.... eu vou gritar! </p><p>Mas não se preocupe<br />Esse tipo de barulho não vai te incomodar<br />Ele só é partilhado com quem sabe ouvir o silêncio</p><p>O sofrer é sozinha</p><p>A elaboração desse sofrimento pode ser partilhada <br />Com aquelas que caminham conosco<br />Com quem não tem medo de se assumir frágil e breve</p><p>Com quem, de verdade, partilha travessias. </p><p>Tá sangrando. Me dê a mão. </p><p>Lillith<br />24.04.23</p><p><br /></p><p><br /></p>Lillian Bentohttp://www.blogger.com/profile/10491113455811421723noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-18296303.post-692458440416754962023-01-05T13:09:00.001-03:002023-01-05T13:09:35.853-03:00Dos ruídos da existência<p>Na atitude do outro é fácil reconhecer o egoísmo</p><p>Na atitude do outro é fácil reconhecer limitações</p><p>Desafio é entender quando somos egoístas em nome da liberdade </p><p>Desafio é entender que, na relação com o outro, existem limites</p><p>Limites, que se compreendidos, ampliam nossa própria liberdade</p><p>Liberdade sem atenção ao outro é solidão </p><p>É silêncio</p><p>Não falo da solidão que estrutura nossa própria existência</p><p>Essa é alicerce</p><p>Falo de isolamento</p><p>Da incapacidade de nos relacionarmos</p><p>Da solidão ocasionada da impossibilidade de ouvir o outro</p><p>Se não ouço, esse outro para mim não existe</p><p>Silêncio</p><p>Ruídos </p><p><br /></p>Lillian Bentohttp://www.blogger.com/profile/10491113455811421723noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-18296303.post-23786768762459751622022-09-20T09:54:00.002-03:002022-09-20T09:54:18.180-03:00 2022<p>Eu só queria um lugar para repousar</p><p>Deixar de sentir tanta angústia</p><p>A caminhada sob o sol do deserto</p><p>Segue sem descanso</p><p>Segue sem trégua</p><p>Sem sombras</p><p>Sem alentos</p><p>Sem abraços abrigos </p><p>Tenho sede</p><p>Mas com o coração exausto</p><p>Sigo a sonhar com um oásis</p><p>Ele há de chegar</p><p>Há de haver um lugar para repousar</p><p>Sem espinhos</p><p>Sem farpas</p><p>Com afeto</p><p>Travessia</p><p><br /></p><p><br /></p><p><br /></p>Lillian Bentohttp://www.blogger.com/profile/10491113455811421723noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-18296303.post-51524784058698047572022-04-13T00:02:00.001-03:002022-09-20T10:07:22.603-03:00Encontros efêmeros <p><br /></p><p>Queria te ver parar<br />Contemplar<br />Ouvir teu silêncio<br />Compartilhar o mesmo ar<br />Estar<br />Encontrar o ponto onde repousa o olhar<br /><br />Kairós<br /><br />Apaixono-me por ti<br />Ao perceber o desejo em seu olhar<br />O querer estar<br />Inteiro<br />Não quero medir meu desejo <br /><br />Desejo<br /><br />Imersa<br />Estou<br /><br />Até que inesperadamente <br />Levanta-te<br />Já não estás<br />Seu olhar vagueia<br />Já não reflete a paisagem<br /><br />Um lago de águas claras que se turvam<br /><br />Chronos<br /><br />Seus passos te levam<br />Distante contemplo <br />Silêncio<br />Já não estás <br />Estou<br />E ainda queria te ver parar<br /><br />Lembrança<br /><br /><br />(Brasília, 12.04.22) </p><p></p><p><br /><br /><br /></p>Lillian Bentohttp://www.blogger.com/profile/10491113455811421723noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-18296303.post-45697878808721374972021-12-14T13:26:00.006-03:002021-12-14T13:29:04.774-03:00mar, cielo y luna<p>
</p><div class="tw-ta-container F0azHf tw-nfl" id="tw-target-text-container" tabindex="0"><p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; tab-stops: 45.8pt 91.6pt 137.4pt 183.2pt 229.0pt 274.8pt 320.6pt 366.4pt 412.2pt 458.0pt 503.8pt 549.6pt 595.4pt 641.2pt 687.0pt 732.8pt;"><span style="font-family: "Courier New"; font-size: 10pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Suas palavras encadeadas desenham a poesia que me transporta<br />Me leva ao poderoso instante <br />em que o céu beija o mar<br />E em que a lua, inteira, <br />se
desdobra sobre os dois. <br />Inunda-os. <br />Daqui, do meu des(conhecido) não-lugar,
estremeço. <br />Sou inundada pela luz prata que emana de sua voz. <br />Em reverberações e
reflexos - sem reflexões-, me entrego ao ritual. <span style="mso-spacerun: yes;"><br /></span>Cada centímetro de minha pele goza. <br />Suada e inteira
me conecto ao inteiro <br />que me chega de ti. <br />Minha respiração encontra o ritmo das
ondas. <br />Das mesmas ondas que se entregam ao luar e recebem dele todo
o brilho. <br />Sei que a mesma lua que te banha, me penetra. <br />Te ouço, te sinto, te
engulo. <br />Talvez, tenha sido iniciada em seu ritual. </span></p>
<p class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm; tab-stops: 45.8pt 91.6pt 137.4pt 183.2pt 229.0pt 274.8pt 320.6pt 366.4pt 412.2pt 458.0pt 503.8pt 549.6pt 595.4pt 641.2pt 687.0pt 732.8pt;"><span style="font-family: "Courier New"; font-size: 10pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Lillian, 14/12/2021</span></p>
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<![endif]--></pre></div>Lillian Bentohttp://www.blogger.com/profile/10491113455811421723noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-18296303.post-49263079813592842762020-12-07T11:11:00.009-03:002020-12-07T11:16:07.874-03:00Encruzilhada<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgLGiRJlPXQC4wTkJ0iV-yzWLtzlP20bnme2R-EPMPbPzilKDZpEWVnDbVoP15P7oEzcrOjhbNRM4Iwi9I598h1beHVnMfiU4kquOXCwcudy2yrWDMIBWy-dZEE5UP8zi9B2Nbi8Q/" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="" data-original-height="754" data-original-width="1440" height="168" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgLGiRJlPXQC4wTkJ0iV-yzWLtzlP20bnme2R-EPMPbPzilKDZpEWVnDbVoP15P7oEzcrOjhbNRM4Iwi9I598h1beHVnMfiU4kquOXCwcudy2yrWDMIBWy-dZEE5UP8zi9B2Nbi8Q/" width="320" /></a></div><p style="text-align: center;"><span style="color: #050505;"><br /></span></p><span style="color: #f0eeee;"><span face=""Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif" style="background-color: white; font-family: inherit;"><p style="text-align: center;"></p><p style="text-align: left;"><span style="font-family: inherit;"><br /></span></p><p style="text-align: left;"><span style="font-family: inherit;"><br /></span></p><p style="text-align: left;"><span style="font-family: inherit;"><br /></span></p><p style="text-align: left;"><span style="font-family: inherit;"><br /></span></p><p style="text-align: left;"><span style="font-family: inherit;"><br /></span></p><p style="text-align: left;"><span style="font-family: inherit;"><br /></span></p><p style="text-align: left;"><span style="font-family: inherit;">Daqui de dentro, meu passado parece distante demais. <br />O futuro ainda vislumbro em desfoque. Um borrão.<br />Jamais estive tão presente.<br />Justo agora que estou tão cercada de ausências.<br />Nunca foi destino.<br />Sempre foi travessia.<br />É na encruzilhada que a vida acontece.</span></p><p style="text-align: left;"><span style="font-family: inherit;"><br />Goiânia, dezembro de 2020.</span></p><p></p></span></span><p style="text-align: left;"></p><span style="font-family: inherit;"><span style="color: #f0eeee;"><br /><br style="background-color: white;" /></span><br /></span><div style="text-align: right;"><br /></div><span face=""Segoe UI Historic", "Segoe UI", Helvetica, Arial, sans-serif" style="background-color: white; color: #050505; font-size: 15px;"></span>Lillian Bentohttp://www.blogger.com/profile/10491113455811421723noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-18296303.post-78647458942489145912020-10-13T21:31:00.006-03:002020-10-14T12:11:58.941-03:00Você, Caymmi e aquele domingo de manhã em Itapuã <p><br /></p><p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgeKxG5Z4n89FA0eklk9abiiuGbOBvgjBbdb-j_tgMO2kjgtM2ttBO7WHu-2cXkAFOgVC88zKrCjHK5XewzMxJrr_7YIMvK5GRsGBX1-Ryf7Ca5hBEukqT-VJbuMQo6VUlCKGk8KQ/" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="" data-original-height="1068" data-original-width="1600" height="214" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgeKxG5Z4n89FA0eklk9abiiuGbOBvgjBbdb-j_tgMO2kjgtM2ttBO7WHu-2cXkAFOgVC88zKrCjHK5XewzMxJrr_7YIMvK5GRsGBX1-Ryf7Ca5hBEukqT-VJbuMQo6VUlCKGk8KQ/" width="320" /></a></div><br /><br /><p></p><p>Você atravessou a rua para ir até a estátua de Dorival Caymmi. Nem me lembro o que foi fazer lá, só sei que fotografei você em meio a beleza e ao caos de Itapuã. Carros, mar, sol, suor, vento, pagodão, funk e você a atravessar a rua em câmera lenta. Você estava tão bonito aquele dia que se soubesse estragaria tudo, então, me calei e só contemplei. </p><p>A fotografia ainda guardo em meio a tantas outras em meu celular, mas o mais bonito registro daquele dia está em minha memória. Porque é onde sua imagem se mistura ao gosto de cerveja da sua boca, às memórias de seus lábios macios. Aquele cheiro de luxúria, bem querer e boemia. Você estava tão falante, até mais que o normal. Falava tanto, tanto, tanto que até eu que também sou verborrágica, me fiz contemplativa. Eu te ouvia, um pouco bêbada e era domingo de manhã. Eu desejei permanecer ali, naquela mistura de sol, areia, suor, ressaca e trocas intensas. </p><p>Mas sempre soube que não permaneceria. Não! Você já havia dito que não. Depois disse que sim. Eu já havia dito que não. Depois disse que sim. Nós já tínhamos combinado que não e nunca que sim. Então, não! Seria apenas quando desse, se desse até porque nem todos os encontros eram poéticos como aquele. Você é caos. Confusão e gritaria. Era e não era. E minha impaciência me despertou para alguma sensatez. </p><p>Mas não naquele dia. Aquele dia era a despedida, mas ninguém de nós sabia. Tinha um quê de despedida, um gosto de despedida, mas ninguém de nós sabia! Tomamos uma, duas, três cervejas no café da manhã. A despedida não queria acontecer, mas depois de várias cervejas e alguns cigarros você entrou naquele ônibus e se foi. Eu voltei pra casa, pra cama que ainda tinha seu cheiro e esse cheiro nunca saiu de lá. Eu sai. Me mudei. Depois veio o carnaval e por fim o caos da pandemia. 2020!!!</p><p>Não nos vimos mais, nem sei dizer se voltaremos a nos encontrar. É 2020 e nenhuma previsão pode haver, mas agradeço tanto a beleza daquele último encontro. Você e Dorival Caymmi na praia de Itapuã. Mesmo que eu nunca mais repouse meu olhar em seus olhos profundos e nunca mais sinta a textura de seus lábios (e que saudade deles!), ainda assim terá sido um dos melhores últimos encontros dessa trajetória que é a vida. </p><p>Não importa o que não deu certo, importa o que deu. O encontro aconteceu. Sou grata. Teu lugar em meu coração será sempre de acolhimento, moradia e afeto. Um viva aos afetos. Que logo a vida volte a ser intensa! Que os olhares se entrelacem, que a gente volte aos abraços demorados. Que a vida volte a pulsar porque somos "amor da cabeça aos pés". </p><p>Lillian</p><p><br /></p><p><br /></p>Lillian Bentohttp://www.blogger.com/profile/10491113455811421723noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-18296303.post-40250383920765623652020-06-11T22:39:00.002-03:002020-06-11T22:42:33.753-03:00A democracia sangra. #ForaBolsonaro Há gosto de sangue na garganta<br />
Sinto uma dor imensa.<br />
Meus olhos derramam<br />
Incontroláveis lágrimas<br />
Um golpe<br />
Outro golpe<br />
Já não sei de onde vêm<br />
Sei que dói<br />
<br />
Dói por esse Brasil de quase 40 mil mortos<br />
Dói por essa falta de perspectiva<br />
Pessoal e coletiva<br />
Dói ver o poder corrosivo se espalhar<br />
Dói ver a fome voltar a matar<br />
Dói ver o racismo avançar<br />
<br />
Lá em 2018 tanta gente digitou 17 naquela urna<br />
Acionaram o botão da destruição<br />
que agora parece incontrolável<br />
<br />
Dói e essa dor é física<br />
Aperta o peito<br />
Corrói<br />
<br />
Todo dia várias perdas<br />
E há perdas tão profundas...<br />
Nossos peitos estão abertos<br />
Repleto de chagas<br />
Ardem<br />
<br />
Só não chora quem está do outro lado<br />
Desses quero distância<br />
<br />
Do lado de cá meus olhos seguem inchados<br />
Meus parceiros estão distantes<br />
Sinto falta dos abraços<br />
Todos amargam essa dor corrosiva<br />
<br />
Mas quando essa escuridão passar<br />
Vamos andar por aí de novo<br />
corações machucados,<br />
mas cabeças erguidas<br />
<br />
Honrando os que partiram<br />
Nos ajudando, reconstruindo<br />
Destroçados estamos, mas com a certeza<br />
de que não desistimos do mais importante<br />
da luta por igualdade,<br />
por Democracia<br />
E de ter esperança,<br />
De resistir até o último suspiro,<br />
mesmo que agora sangre tanto.<br />
<br />
Vai passar.<br />
<br />
Lillian Bento<br />
11.06.2020<br />
<br />
#ForaBolsonaro<br />
#FascistasNãoPassarão<br />
#VidasNegrasImportam<br />
#QuemMandouMatarMarielle<br />
#BolsonaroGenocida<br />
<br />
<img alt="Torcedores do Corinthians impedem manifestação pró Bolsonaro na ..." height="200" src="https://www.atribuna.com.br/image/contentid/policy:1.100404:1589127480/Torcida-Corinthians.jpg?f=2x1&$p$f=1c0eff7&q=0.8&w=1500&$w=f075b93" width="400" />Lillian Bentohttp://www.blogger.com/profile/10491113455811421723noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-18296303.post-8018684514779291972020-03-07T20:28:00.003-03:002020-03-07T20:28:58.255-03:00Daquele olhar que se derrama <br />
<div class="MsoNormal">
Havia um brilho quase ausente naquele olhar opaco<br />
Como um óculos de lentes embaçadas <br />
a cobrir o verdadeiro olhar daquele homem<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Essa opacidade parecia o proteger<br />
Afinal, o brilho do olhar nos expõe em demasia<br />
Revela nossos desejos e medos mais profundos<br />
Nos coloca no cerne da vulnerabilidade<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Deitado naquela cama, ele me olhava atravessado<br />E me atravessava com o olhar arredio e inquieto<br />
Dizia querer ficar, mas seu olhar entregava o contrário<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
O desejo era ter ao longe dali <br />
Porque despir-se seria demais<br />
E olhar profundamente é despir-se <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Fumou um ou dois cigarros e partiu <br />
Despediu-se com um olhar flutuante<br />
Atrás das lentes embaçadas vi um brilho guardado<br />Aqueles olhos escuros eram como represas de desejos e segredos</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Desejei ardentemente alcançá-los, mas recuei.<br />Guardei na memória <br />
Como a fotografia em branco e preto de um oceano revolto.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Atiçou em mim uma curiosidade que se move igual Corisco. </div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
(Salvador. Bahia. 07 de março. 2020) <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br style="mso-special-character: line-break;" />
<!--[if !supportLineBreakNewLine]--><br style="mso-special-character: line-break;" />
<!--[endif]--><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<br />Lillian Bentohttp://www.blogger.com/profile/10491113455811421723noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-18296303.post-70358345568046015692019-01-19T15:34:00.001-02:002019-01-19T15:34:38.968-02:00Coragem é saber transbordar <br />
<br />
<div class="MsoNormal">
As lágrimas quando caem no mar <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Nos unem ao oceano <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
O mar também está dentro da gente<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
E a dor se esvai um pouquinho <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Quando derrama pelos olhos <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
E vão ter ao longe <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Onde residem todos os sentimentos,<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
As dores e os amores<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
Coragem é saber transbordar <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
(Lillian) </div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiRi_uZMZ1_W0vFAbop4MH97QCcRUDE9ft9rKLrmg4P7_LopsgPOtl89FYGKbRVCruqzy-asW5j0eg0-WBU5fsB7V5nysG8hT0pKnrqtWhHSahQZ6uwtL-JxX5mM4oP2nW_dM-GkA/s1600/solaris.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="502" data-original-width="1200" height="166" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiRi_uZMZ1_W0vFAbop4MH97QCcRUDE9ft9rKLrmg4P7_LopsgPOtl89FYGKbRVCruqzy-asW5j0eg0-WBU5fsB7V5nysG8hT0pKnrqtWhHSahQZ6uwtL-JxX5mM4oP2nW_dM-GkA/s400/solaris.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Solaris (1972). Andrei Tarkovsky</td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<br />Lillian Bentohttp://www.blogger.com/profile/10491113455811421723noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-18296303.post-73787644376934417152018-07-09T10:45:00.005-03:002018-07-09T10:59:49.000-03:00Disritmia líquida Só se conhece o coração a partir dos olhos<br />
<br />
O coração se alegra<br />
Os olhos sorriem<br />
<br />
O coração se ressente<br />
Os olhos ressecam<br />
<br />
O coração sente medo<br />
Os olhos esbugalham<br />
<br />
O coração se parte<br />
Os olhos derramam<br />
<br />
Meus olhos agora inundam meu rosto<br />
As lágrimas salgadas invadem minha boca<br />
<br />
Um pedido de socorro de um coração que arde<br />
De um coração que dói<br />
De um coração que está apertado<br />
De um coração que não sabe o que fazer com o vazio<br />
De um coração que queima<br />
De um coração que se encontra... perdido!<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgrmVvYRjXHpCXpw-5gKz98UBm0ES4D718ZTXgatl47c8VdVqSc_pjWNZMSkGa-4hKmkTtQkRkL8Z6Wz2d_OieLOIUTls-0n9fn6oP_Dsuv4LMsNsH7i-_3QrrfNthtncmVkTEaCw/s1600/1397266_10201370805805469_1069303637_o.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="601" data-original-width="1402" height="171" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgrmVvYRjXHpCXpw-5gKz98UBm0ES4D718ZTXgatl47c8VdVqSc_pjWNZMSkGa-4hKmkTtQkRkL8Z6Wz2d_OieLOIUTls-0n9fn6oP_Dsuv4LMsNsH7i-_3QrrfNthtncmVkTEaCw/s400/1397266_10201370805805469_1069303637_o.jpg" width="400" /></a></div>
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />Lillian Bentohttp://www.blogger.com/profile/10491113455811421723noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-18296303.post-11451803177171035792018-04-01T18:39:00.003-03:002018-04-01T18:39:47.295-03:00Das portas abertas São 35 anos, alguns amores e muitas paixões. <div>
Impulsiva, nunca achei difícil abrir portas </div>
<div>
Quando meu coração se converte em Corisco,</div>
<div>
difícil é mantê-las fechadas</div>
<div>
Tamanha é a força dos ventos que me movem</div>
<div>
que não há porta que fique fechada!</div>
<div>
<br /></div>
<div>
Mas depois, quando vem a calmaria</div>
<div>
E chega a hora da marcha estradeira </div>
<div>
Das inevitáveis despedidas</div>
<div>
Sigo, deixando as portas abertas</div>
<div>
Como é difícil fechar portas.</div>
<div>
Umas mais que as outras. </div>
<div>
Romper ciclos</div>
<div>
Seguir sem olhar para trás </div>
<div>
<br /></div>
<div>
Vez ou outra quando o presente esfria</div>
<div>
O coração amorna</div>
<div>
É bom saber que há para onde correr </div>
<div>
Onde estão encontros que trazem novamente </div>
<div>
movimentos e intensidades </div>
<div>
É bom e (tão egoísta) ter possibilidades </div>
<div>
Um caminho, um vício</div>
<div>
<br /></div>
<div>
Um vício que agora, </div>
<div>
No findar do meu quinto setênio,</div>
<div>
Me traz incômodos</div>
<div>
E revela importantes contradições </div>
<div>
É difícil perceber os ventos que arrebatam meu coração </div>
<div>
quando tantas portas estão abertas</div>
<div>
<br /></div>
<div>
E, apesar de não saber se as quero fechadas</div>
<div>
Tomo uma distância para observar </div>
<div>
Sem julgar </div>
<div>
É desafio</div>
<div>
Mas agora preciso desfrutar do silêncio </div>
<div>
para potencializar a escuta </div>
<div>
Recolher meus fragmentos </div>
<div>
Me reconhecer inteira. </div>
<div>
<br /></div>
<div>
Lillian</div>
<div>
</div>
<div>
<br /></div>
<div>
<br /></div>
Lillian Bentohttp://www.blogger.com/profile/10491113455811421723noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-18296303.post-14725407820446204992017-09-25T00:48:00.001-03:002017-09-25T01:02:28.496-03:00Gozo sonhado é gozo <div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<br /></div>
Tem sido recorrente sonhar contigo. Talvez sonhe tanto, por ter assumido para mim mesma que amar nem sempre é estar junto e que a saudade pode ser boa conselheira. Sonhando eu expurgo os apegos e dou passagem para o que há de vir. Acordo sorrindo porque (quase sempre) são sonhos bons. Refletem a quietude e o prazer que sinto em sua companhia.<br />
<br />
Raras vezes são ruins, mas quando isso acontece e acordo com vontade de jamais ter te conhecido, logo lembro que a vida é linda justamente pelas costuras tortas que faz e percebo que desejar fugir seria bobagem. Se, ao te conhecer, permiti que fizesse morada nos recôncavos mais profundos do meu coração há nisso tal singularidade e beleza que já não importam os caminhos que virão. <br />
<br />
Sei que onde residem o amor, a quietude e o prazer também estão guardadas a dor, a angústia e as incertezas. É ali nos ocos mais profundos da alma que ficam todos esses sentimentos intensos. Lembro que quando mais jovem me deixava derrubar pelas tempestades a cada vez que remexia nessas zonas profundas. Vibrava de euforia na mesma intensidade em que me deixava abater por intensas tristezas.<br />
<br />
A saída quase sempre era a fuga. Muitas vezes ainda é, não posso negar, o que mudou é que hoje já não corro da dor, da frustração e das incertezas. Tal qual o amor ou o gozo, as experimento em profundidade. É melhor controlar os raios e os ventos com a espada de fogo de Iansã que negar as tempestades. Sentindo os ventos revoltos é que comecei a experimentar o peso e a leveza dos amores não vividos.E você seguirá comigo. <br />
<br />
Se há dor na ausência, há gozo na saudade. Nos sonhos, nas recordações. Nem todo amor é para ser vivido, nem todo gozo é para ser molhado. Te guardo na lembrança do abraço não dado, do beijo não trocado, dos lençóis não partilhados. Te guardo na calmaria de te lembrar em algumas de minhas canções favoritas, na voz da Maria Bethania, ou na poesia de Fernando Pessoa, que na voz de Ricardo Reis entoa:<br />
<br />
"Amemo-nos tranquilamente, pensando que podíamos, se quiséssemos trocar beijos e abraços e carícias, mas que mais vale estarmos sentados ao pé um do outro ouvindo correr o rio e vendo-o". Seguirás comigo ainda que na distância. Seguirás nas profundezas que habitas e nem sabes. E é novamente nas palavras de Fernando Pessoa que te digo:<br />
<br />
<span class="Text_Obra">Gozo sonhado é gozo, ainda que em sonho. <br />Nós o que nos supomos nos fazemos, <br />Se com atenta mente <br />Resistirmos em crê-lo. <br />Não, pois, meu modo de pensar nas coisas, <br />Nos seres e no fado me consumo. <br />Para mim crio tanto <br />Quanto para mim crio. <br />Fora de mim, alheio ao em que penso, <br />O Fado cumpre-se. Porém eu me cumpro <br />Segundo o âmbito breve <br />Do que de meu me é dado.</span><br />
<br />
<span class="Text_Obra">(Ricardo Reis, 30.01.1927) </span><br />
<span class="Text_Obra"><br /></span>
<span class="Text_Obra">Lillian. </span><br />
<br />
<table cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="float: left; margin-right: 1em; text-align: left;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj828Yq41uzmgz7KYHG3_eiBegcXCpnYgF761NIjHp-jRLCkUD2c8dXXb1to5Yzqow_gYK8a0UF1q9b79TBopSdHrRMYavVFZnE0zt0nzpxJBQC8tEZ04z8BYZsp-gRYLd5UpNq6g/s1600/IMG_0671.JPG" style="clear: left; margin-bottom: 1em; margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="1067" data-original-width="1600" height="266" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj828Yq41uzmgz7KYHG3_eiBegcXCpnYgF761NIjHp-jRLCkUD2c8dXXb1to5Yzqow_gYK8a0UF1q9b79TBopSdHrRMYavVFZnE0zt0nzpxJBQC8tEZ04z8BYZsp-gRYLd5UpNq6g/s400/IMG_0671.JPG" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Nas ruas de Goiânia. Foto: Lillian Bento </td></tr>
</tbody></table>
<br />
<span class="Text_Obra"></span>
Lillian Bentohttp://www.blogger.com/profile/10491113455811421723noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-18296303.post-43741864953701503272017-03-04T10:36:00.000-03:002017-03-04T10:36:11.711-03:00Que sangre, escorra até estancar É preciso olhar bem para a ferida<br /> Deixar que o sangue escoe<br /> Sentir a dor que pulsa<br /> A lágrima que quente corre <br /> Estar ali ainda quando o sangue secar<span class="text_exposed_show"><br /> Quando a lágrima cessar<br /> Sentir a dor e ver cicatrizar<br /> Levantar e seguir por outro caminho <br /> Estar pronta quando voltar o riso<br /> Estar em paz para o outro dia<br /> Os novos momentos <br /> Os novos pulsar<br /> Reconhecer o prazer de outros ventos <br /> que tocam a pele<br /> Das novas águas que correm no rio<br /> Das novas carícias <br /> Dos novos abraços<br /> De outros beijos </span><br />
<br />
<div class="text_exposed_show">
(Eu aqui... divagando porque gosto de vagar)</div>
Lillian Bentohttp://www.blogger.com/profile/10491113455811421723noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-18296303.post-2188398275239093952016-10-31T12:24:00.003-02:002016-10-31T12:26:19.580-02:00Origami Pouso, em vão, a caneta no papel<br />
Há seis meses as letras borradas<br />
Há seis meses, recolhidos no escuro,<br />
meus olhos se aquietam<br />
pouco enxergam, muito veem<br />
<br />
Imersos em descobertas interiores,<br />
meus pensamentos imprecisos<br />
desejam ganhar o papel<br />
Em vão.<br />
<br />
Seguem aprisionados e na escuridão<br />
buscam entender as novas descobertas<br />
Muito vejo, pouco digo<br />
Estranha sensação!<br />
<br />
Lá fora o mundo parece igual<br />
Ouço o tintilar dos copos<br />
O burburinho das ruas<br />
O acariciar dos corpos<br />
Aqui dentro...<br />
<br />
Bem,<br />
As palavras seguem insuficientes<br />
Do papel faço um origami<br />
<div style="text-align: left;">
<br /></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhE4WKv0TQqxXeKL0uYE3cdB3vbmxWQ3xJGqZkJUMslEPUPVVi-_VItgaq8pexzsYwFTvDsZU4gyYHtwpa7EAKQjfF-yvb6X8Jg9AGajCJZFgkdim9dGL0U8DBO5tQx5o26-xcLrg/s1600/ori17.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhE4WKv0TQqxXeKL0uYE3cdB3vbmxWQ3xJGqZkJUMslEPUPVVi-_VItgaq8pexzsYwFTvDsZU4gyYHtwpa7EAKQjfF-yvb6X8Jg9AGajCJZFgkdim9dGL0U8DBO5tQx5o26-xcLrg/s320/ori17.jpg" width="320" /></a></div>
<br />
<br />
<br />Lillian Bentohttp://www.blogger.com/profile/10491113455811421723noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-18296303.post-90936093328380122292016-07-02T23:18:00.004-03:002016-07-02T23:21:43.743-03:00(re)conhecendo-me Houve um 'quando' em que de olhos fechados eu não via<br />
Houve um 'onde' em que de ouvidos tapados eu me escondia<br />
Agora, recolhida na escuridão e no silêncio, vejo e ouço com inigualável clareza <br />
Daqui desse quando e onde tão íntimos me conheço e reconheço<br />
com apreço e uma incipiente serenidade <br />
Cada dia e cada noite são mais meus<br />
Cada cor e cada som são mais sentidos<br />
O corpo se abre a novas experiências<br />
Porque a experiência reconhece meus novos 'eus'. <br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiJyj1ZbATbypoTw6kyhsgttJUr55QbVlqgei0uAVCrzdtc9u1R5A5m9boipdlp2nqynpMYurnjUBQOeD5j17Xf0h6FtjPCd93vNKCbNWl0xNP4o9a-rCsZWJRS9D2vk1xPMDvZWQ/s1600/Captura+de+Tela+2015-11-25+a%25CC%2580s+2.09.51+AM.png" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiJyj1ZbATbypoTw6kyhsgttJUr55QbVlqgei0uAVCrzdtc9u1R5A5m9boipdlp2nqynpMYurnjUBQOeD5j17Xf0h6FtjPCd93vNKCbNWl0xNP4o9a-rCsZWJRS9D2vk1xPMDvZWQ/s1600/Captura+de+Tela+2015-11-25+a%25CC%2580s+2.09.51+AM.png" /></a></div>
<br />
<br />
<br />
<br />Lillian Bentohttp://www.blogger.com/profile/10491113455811421723noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-18296303.post-68060088352052841812016-05-03T15:44:00.001-03:002016-05-03T15:45:28.147-03:00Falhou. Estou cansada. <div class="" data-block="true" data-editor="26nld" data-offset-key="6po5i-0-0">
<div class="_1mf _1mj" data-offset-key="6po5i-0-0">
<span data-offset-key="6po5i-0-0"><span data-text="true">Falta plural na fala</span></span></div>
</div>
<div class="" data-block="true" data-editor="26nld" data-offset-key="qe92-0-0">
<div class="_1mf _1mj" data-offset-key="qe92-0-0">
<span data-offset-key="qe92-0-0"><span data-text="true">Falta plural na escrita</span></span></div>
</div>
<div class="" data-block="true" data-editor="26nld" data-offset-key="vetf-0-0">
<div class="_1mf _1mj" data-offset-key="vetf-0-0">
<span data-offset-key="vetf-0-0"><span data-text="true">Faltam debates plurais.</span></span></div>
</div>
<div class="" data-block="true" data-editor="26nld" data-offset-key="1ohkr-0-0">
<div class="_1mf _1mj" data-offset-key="1ohkr-0-0">
<span data-offset-key="1ohkr-0-0"><span data-text="true">Em vez de somar, o plural irrita </span></span></div>
</div>
<div class="" data-block="true" data-editor="26nld" data-offset-key="24une-0-0">
<div class="_1mf _1mj" data-offset-key="24une-0-0">
<span data-offset-key="24une-0-0"><span data-text="true">E nessa falta de ajuste entre plurais e singulares</span></span></div>
</div>
<div class="" data-block="true" data-editor="26nld" data-offset-key="8se99-0-0">
<div class="_1mf _1mj" data-offset-key="8se99-0-0">
<span data-offset-key="8se99-0-0"><span data-text="true">'As conversa' são dispersas e os diálogos suprimidos</span></span></div>
</div>
<div class="" data-block="true" data-editor="26nld" data-offset-key="fpevq-0-0">
<div class="_1mf _1mj" data-offset-key="fpevq-0-0">
<span data-offset-key="fpevq-0-0"><span data-text="true">O que sobra mesmo é só desânimo... </span></span></div>
</div>
<div class="" data-block="true" data-editor="26nld" data-offset-key="2q063-0-0">
<div class="_1mf _1mj" data-offset-key="2q063-0-0">
<span data-offset-key="2q063-0-0"><span data-text="true">... esse lugar de onde agora escrevo. </span></span></div>
</div>
Lillian Bentohttp://www.blogger.com/profile/10491113455811421723noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-18296303.post-39965789537865941802015-10-06T01:32:00.004-03:002015-10-06T01:37:50.661-03:00O que de ti ficou em mimTalvez tenha sido com você que aprendi que amar é deixar partir. Que amor é liberdade! Ou, talvez (para ser mais honesta) eu nem tenha aprendido ainda, mas por certo foi com você que comecei a aprender. Sim, eu ardi de paixão por você! Acredito que logo na primeira conversa - eu tão menina e você falando de Foucault. A festa havia acabado e você me perguntou porque eu usava uma cruz invertida no pescoço, comentou sobre minha roupa preta e disse ter gostado da minha meia arrastão. A madrugada passou inteira em segundos e foi a primeira de tantas outras regadas a corpos entrelaçados, gozo, conversas intermináveis sobre Caetano, Doces Bárbaros, Filosofia, teatro e tantos outros assuntos que nos conectavam. Me encantei por ti e esse encantamento durou bem mais que mil dias.<br />
<br />
A verdade é que seus cabelos longos daquele tempo, os dedos magros e esguios como seu corpo, o olhar profundo e o sorriso frouxo eram a moldura perfeita para alguém tão plural, encantador e doce. Seguimos juntos e separados por semanas, meses e anos. Eram encontros e desencontros e um ardente desejo que me unia a você. Sempre houve magia, sempre houve tesão, sempre houve querer e palpitação, mas nunca alimentamos uma dessas paixões que preocupam, que desejam controlar o outro e que, como diria Fernando Pessoa, 'dão movimento demais aos olhos'. Nossos encontros sempre foram esporádicos, mas intensos. Em cada um deles, sentia o corpo em brasas e me enrolava em seus braços, mãos, pernas e cabelos. Tudo era fluido. Você vinha e ia sem nunca permanecer. Essa falta de rotina me seduzia. Nunca houve espera, algumas vezes nasceram expectativas e ciúmes, mas nada me corroía a não ser o desejo que surgia quando meus olhos encontravam, entre tantos outros, seus olhos atentos e seu sorriso de canto de boca.<br />
<br />
Era incontrolável. Um desejo imenso de engolir seu corpo e consumir suas energias. Seguimos assim, por tantos anos e muitos encontros regados a saliva, sêmen e suor. Até que um silêncio maior se estabeleceu e voltamos a nos reencontrar surpreendentemente sem beijos, nem gozo. Conversamos timidamente, eu disse tchau e fui embora. Levei comigo a dúvida: seria uma pausa ou o fim de um ciclo, o fim do que teria sido nosso (in)constante setênio. Não sei. Ainda não sei. Só sei que contra os ciclos da vida não é possível lutar e agora seguimos separados. Não trocamos mais olhares ardentes ou passamos madrugadas falando sobre Caetano. Sei apenas que segues comigo, afinal deixaste muito de ti em mim. Hoje sou outra, mas tenho uma certeza: eu te amei e ainda te amo, como amei e amo outros de meus grandes amores: tranquilamente...<br />
<br />
"(...) pensando que podíamos,
<br />
Se quiséssemos, trocar beijos e abraços e carícias,
<br />
Mas que mais vale estarmos sentados ao pé um do outro
<br />
Ouvindo correr o rio e vendo-o.
<br />
<br />
Colhamos flores, pega tu nelas e deixa-as
<br />
No colo, e que o seu perfume suavize o momento —
<br />
Este momento em que sossegadamente não cremos em nada,
<br />
Pagãos inocentes da decadência."<br />
<br />
(Trecho do poema 'Vem Sentar-te Comigo Lídia' de Ricardo Reis/ FP)Lillian Bentohttp://www.blogger.com/profile/10491113455811421723noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-18296303.post-28282509749531714912015-09-08T01:21:00.001-03:002015-09-08T01:22:02.761-03:00Cheia de mim Estou cheia<br />
Cheia de euforia<br />
Cheia de agonia<br />
Cheia de tudo<br />
... e de nada<br />
<br />
Cheia de falar<br />
Cheia de ouvir<br />
Cheia de chorar<br />
...e de sorrir<br />
<br />
Estou derramando ...<br />
me perdendo em meus próprios fluídos,<br />
escapando de mim entre meus dedos...<br />
<br />
Preciso entrar,<br />
me aquietar aqui dentro.<br />
Dar vazão aos excessos<br />
Reencontrar meus vazios<br />
Sossegar<br />
<br />
<br />
... dos pensamentos de uma noite de chuva, de transbordamentos e angústias<br />
<br />
Lillian<br />
Araraquara, setembro de 2015<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />Lillian Bentohttp://www.blogger.com/profile/10491113455811421723noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-18296303.post-57790606544164452472014-12-07T15:16:00.000-02:002014-12-07T15:16:08.563-02:00Sobre o outro ou sobre redescobrir caminhosTão importante, quanto dolorido é viver a alteridade.<br />
Respeitar o outro e compreender quando o querer do outro te incomoda<br />
Quando o não querer do outro te confronta e ainda assim seguir e respeitar<br />
Saber sentir o amargo da frustração e mudar a direção da caminhada<br />
Sentir esse amargo e jogar fora a saliva para, em seguida, redescobrir os gostos que te dão prazer<br />
Reconfigurar!<br />
Reabrir todos os sentidos para o novo... de novo!<br />
E, depois do sabor das lágrimas, sentir o prazer de sorrir outra vez<br />
Um sorriso pleno, entregue e cheio de paixão por viver<br />
Porque já passou o tempo da extrema racionalidade<br />
É tempo de sentir plenamente, de pulsar, de ferver o sangue,<br />
Saborear lentamente, inclusive a dor de interromper caminhos e a delícia de redescobrir os novos!<br />
<br />
<br />
<br />
<br />Lillian Bentohttp://www.blogger.com/profile/10491113455811421723noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-18296303.post-73008693068944977372014-10-05T19:23:00.000-03:002014-10-05T19:23:14.091-03:00Do olfato, essa memória da pele.Suspirei...<div>
Uma memória</div>
<div>
Um cheiro e essa sensação...</div>
<div>
O olfato, a memória da pele</div>
<div>
Esse prolongamento do tato</div>
<div>
Aliado do prazer</div>
<div>
Um suspiro</div>
<div>
Um sorriso</div>
<div>
De um momento que não dura, </div>
<div>
mas que segue na memória</div>
<div>
guardado nesse cheiro de lua,</div>
<div>
De rua, de álcool, de sangue e de suor</div>
<div>
A sensação que valeu ter sentido</div>
<div>
o efêmero e eterno tempo de ter um sorriso nos lábios.</div>
<div>
<br /></div>
<div>
Lillian B.</div>
<div>
<br /></div>
Lillian Bentohttp://www.blogger.com/profile/10491113455811421723noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-18296303.post-59614950198181508752014-07-02T17:25:00.002-03:002014-07-02T17:36:13.496-03:00Eu, a troca-letras, por Marina Mercante! <!--[if gte mso 9]><xml>
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</span></span><br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="color: #cccccc; font-family: Arial;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: 19px; line-height: 28px;">Eu, troca-letras, um texto que me emocionou muito e que publico aqui para guardar como está guardado em meu coração. Escrito por minha amiga mais que amada, Marina Mercante, em sua pós-graduação em Jornalismo Literário, me descreves por inteira até hoje! Te amo, Ma! Obrigada sempre! </span></span><br />
<div style="line-height: 150%;">
<span class="Apple-style-span" style="color: #cccccc; font-family: Arial;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span lang="PT-BR" style="font-family: Arial; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Arial; mso-bidi-font-size: 20.0pt;"><br /></span></b></span></div>
<div style="line-height: 150%;">
<span class="Apple-style-span" style="color: #cccccc; font-family: Arial;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span lang="PT-BR" style="font-family: Arial; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Arial; mso-bidi-font-size: 20.0pt;">Brasília – 2º
bim – Marina Mercante/ Outubro de 2006<o:p></o:p></span></b></span></div>
</div>
<span class="Apple-style-span" style="color: #cccccc; font-family: Arial;">
</span><br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span class="Apple-style-span" style="color: #cccccc; font-family: Arial;"><br /></span></div>
<span class="Apple-style-span" style="color: #cccccc; font-family: Arial;">
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: center;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span lang="PT-BR" style="font-family: Arial; font-size: 20.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Arial;">A troca-letras<o:p></o:p></span></b></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="font-family: Arial; font-size: 14.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Arial;">Na estante, um CD de músicas para ninar ao lado de
uma coletânea do Raul Seixas. Em posição de destaque, os discos do Paulinho
Moska, mostrando que eles são tocados com freqüência. No mesmo ambiente, uma
fila de livros sobre comunicação social, política, redação. Os sinais visíveis
de que naquele quarto dorme uma mulher adulta são poucos. A estante de livros e
discos é o principal. Além dela, só mesmo abrindo as gavetas e as portas do
guarda-roupa.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="font-family: Arial; font-size: 14.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Arial;">No mais, objetos infantis predominam. Brinquedos
espalhados pelo chão, um peixe de pelúcia azul e amarelo em cima da cama e uma
toalha da Cinderela estendida no arame do berço. Na parede do quarto, há a
pintura de uma menina de cabelos curtos e dourados em um jardim. Pacientemente,
ela assopra uma flor branca, sentada perto de uma árvore com flores de várias tonalidades.
O quadro está logo acima de uma cômoda clara com maçanetas em forma de estrelas
e luas, sobre a qual estão dispostos nove porta-retratos, todos eles com
fotografias que registram momentos dos quase quatro anos de vida da pequena
Maria, filha da protagonista desta história, Líllian. Até mesmo o nome completo
da personagem remete ao universo infantil, das histórias em quadrinhos da Turma
da Mônica. Líllian Bento. Sobrenome que dá margem a brincadeiras do tipo: você
é primo do Chico Bento ou o quê?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="font-family: Arial; font-size: 14.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Arial;">O dia-a-dia da jovem jornalista é como o próprio quarto
em pleno domingo à noite: bagunçado, mas colorido. Ela sabe fazer render as 24
horas de cada dia, para que tenha tempo para fazer tudo o que precisa: cuidar
da Maria, ser jornalista e aproveitar os 20 e poucos anos de vida. Mais
exatamente, 23, completados em março passado.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="font-family: Arial; font-size: 14.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Arial;">A gravidez precoce aconteceu ainda na faculdade,
quando Líllian estava no 2º ano de comunicação social na Universidade Federal
de Goiás (UFG) e começou a namorar um colega. O namoro começou no dia do meu
aniversário, logo após uma festinha em um restaurante de Goiânia. E foi no dia
do aniversário da Líllian, em outro restaurante da cidade, que fui a primeira
pessoa a saber que ela estava grávida. Maria nasceu em novembro de 2002. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="font-family: Arial; font-size: 14.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Arial;">Encontros e Desencontros<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="font-family: Arial; font-size: 14.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Arial;">Em julho, eu estava empolgada porque passaria um
final de semana completo em Goiânia. Liguei para Líllian dias antes, combinei
tudo e fizemos planos. No dia anterior à minha viagem, no entanto, recebi um
telefonema com DDD 62. Era ela, dizendo que estava inscrita em um curso de
capacitação para jornalistas com o tema Cobertura das Eleições e que viria para
a Capital Federal passar sexta e sábado! Como eu precisava ir a Goiânia por
conta de um casamento, o resultado foi uma troca de cidades. Ela se hospedou no
meu apartamento e ficou sozinha por um dia (minha irmã, que mora comigo, também
viajou).<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="font-family: Arial; font-size: 14.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Arial;">Por um instante, fiquei chateada com o desencontro,
mas analisando a situação percebi como aquilo tudo tinha a cara da Líllian.
Quantas vezes combinamos alguma coisa e ela desmarcou na última hora, sempre
com um forte motivo. “Não tenho culpa, o jornal que me escalou”. Acabei achando
graça. Passar um final de semana juntas despendia todo um planejamento
estratégico, por causa da nossa profissão, que brinca com o tempo. E lá estava
ela, sozinha no meu apartamento, cuidando do meu peixe beta, que precisa ser
alimentado diariamente. Quando ela voltou a Goiânia, teve tempo ainda de me
contar que havia batizado o peixe de “Jhonny” e que tinha criado um vínculo
emocional com o bichinho de estimação. “Que dó deixá-lo sozinho”.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="font-family: Arial; font-size: 14.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Arial;">Demonstrações de carinho como essa são novidades
para Líllian e ela admite isso. Quando era mais nova, foi criticada por ter
dificuldades em abraçar, beijar e dizer “eu te amo” para parentes, amigos e
namorados. Com o nascimento da filha, essa distância entre sentir e demonstrar
ficou menor. Mas nada em exagero. Líllian tem mais afinidade com as palavras e
escrever é o melhor jeito que ela encontra para usá-las bem.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span lang="PT-BR" style="font-family: Arial; font-size: 14.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Arial;">“Saí do jornal
por volta de 22 horas. Em minutos estava na companhia confortante da pequena
Maria. Ao me ver machucada ela virou-se de lado e chorou. ‘Fiquei triste porque
você machucou’, disse entre lágrimas sentidas e o abraço mais gostoso que há no
mundo. Ouvi tudo como se escutasse música clássica. A voz mais linda me contava
os feitos mais interessantes do mundo. Fomos dormir. Depois de todo o stress de
ter sido atropelada, fechei os olhos. Minutos depois os abri com a certeza de
que veria a pequena já adormecida. Mas para minha surpresa, vi que os pequenos
olhos me observavam. Por alguns minutos ela vigiou meu sono e ao me ver abriu
um lindo e doce sorriso. E com magia plena me abraçou e encheu meu rosto de
beijos. Os melhores do mundo. Naquele instante pensei: pode me faltar tudo, se
sobrar esse sorriso meu mundo está completo. Não há atropelamento que me tire
essa alegria e que abale esse amor”.<o:p></o:p></span></i></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="font-family: Arial; font-size: 14.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Arial;">O trecho acima faz parte de um texto que está no <i style="mso-bidi-font-style: normal;">blog</i> da mãe da Maria. É no diário
eletrônico também que ela desabafa sobre os anseios, as frustrações da vida
profissional, embalada pelas experiências na cobertura diária de política para
um jornal de grande circulação em Goiás.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<i><span lang="PT" style="font-family: Arial; font-size: 14.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-font-family: Arial;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>“O
poeta é um fingidor.</span></i><span lang="PT" style="font-family: Arial; font-size: 14.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-font-family: Arial;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<i><span lang="PT" style="font-family: Arial; font-size: 14.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-font-family: Arial;">Finge tão completamente</span></i><span lang="PT" style="font-family: Arial; font-size: 14.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-font-family: Arial;"> <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<i><span lang="PT" style="font-family: Arial; font-size: 14.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-font-family: Arial;">Que chega a fingir que é dor</span></i><span lang="PT" style="font-family: Arial; font-size: 14.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-font-family: Arial;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<i><span lang="PT" style="font-family: Arial; font-size: 14.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-font-family: Arial;">A dor que deveras sente”<span style="mso-tab-count: 1;"> </span></span></i><span lang="PT" style="font-family: Arial; font-size: 14.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-font-family: Arial; mso-bidi-font-style: italic;">Fernando Pessoa<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span lang="PT" style="font-family: Arial; font-size: 14.0pt; line-height: 150%; mso-ansi-language: PT; mso-bidi-font-family: Arial; mso-bidi-font-style: italic;">Fã declarada do
enigmático poeta e escritor português responsável pelos versos acima, Líllian
não consegue fingir. Nem mesmo o registro de atriz profissional que ela tem
desde a época de escola facilita qualquer tipo de atuação quando está lidando
com a vida real.</span><span lang="PT" style="font-family: Arial; font-size: 14.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Arial;"> </span><span lang="PT-BR" style="font-family: Arial; font-size: 14.0pt; line-height: 150%; mso-bidi-font-family: Arial;">A autenticidade sempre prevalece. Se está nervosa, deixa transparecer de
forma bem clara. Se algo a incomoda, não hesita em dizer. Se fica alegre, exala
euforia. Pode até evitar as lágrimas, mas demonstra que por dentro está
fervendo. Em geral, as frases são ditas por Líllian antes que ela conclua o
pensamento.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="font-family: Arial; font-size: 14pt; line-height: 150%;">Troca-letras<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="font-family: Arial; font-size: 14pt; line-height: 150%;">Há, entre a tribo de jornalistas
brasileiros, uma forma carinhosa – ou seria irônica – de apelidar esses
profissionais: “troca-letras”. A denominação se deve ao uso contínuo da língua
portuguesa, ferramenta de trabalho para qualquer um que exerce a profissão,
independente do veículo. A Líllian faz isso literalmente. Mas em vez de letras,
ela troca as palavras. Tem uma facilidade para esquecer as coisas (para não
dizer dificuldade em lembrar) e troca os vocábulos com freqüência, deixando o
interlocutor da conversa bastante confuso. Coisas do tipo: “espera que eu vou
trocar a Maria da fralda" ou "corta o telefone enquanto eu atendo a
pizza". Diversão garantida.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="font-family: Arial; font-size: 14pt; line-height: 150%;">Na semana em que eu preparava este
perfil, tive o mais recente exemplo desse jeito “desmemoriado” de ser. No
início da tarde de uma segunda-feira, ela deixou a filha na escola e foi em
direção ao ponto de ônibus. Foi atropelada por um carro enquanto atravessava a
faixa de pedestres, com o semáforo indicando a luz vermelha. Por sorte, sofreu
apenas alguns ferimentos externos e pôde trabalhar no mesmo dia. À noite,
quando ela me ligou para contar o que tinha acontecido, soltou a máxima: “Eu
atravessei o ônibus e peguei a rua”. Na seqüência, soltou gargalhadas. O que ela
queria mesmo dizer era que havia atravessado a via pública e tomado o coletivo,
que a levaria ao jornal onde trabalha. Simples.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="font-family: Arial; font-size: 14pt; line-height: 150%;">Sempre imaginei como seria a elaboração
de uma matéria jornalística pela minha amiga “troca-letras”. Cheguei a
perguntar-lhe se trocava muito as palavras enquanto fazia as entrevistas. Ela
me respondeu que realmente fazia algumas confusões ao conversar com os
entrevistados, mas que, ao final do texto, tudo se resolvia.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: 150%; text-align: justify;">
<br /></div>
<!--EndFragment--></span></div>
<!--EndFragment-->Lillian Bentohttp://www.blogger.com/profile/10491113455811421723noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-18296303.post-63055828899406437602014-05-21T22:43:00.004-03:002014-05-21T22:48:41.783-03:00Meu egoísmo me faz uma pessoa melhor...<br />
<div style="text-align: justify;">
Cresci levando broncas dos patrulheiros anti-egoísmo. Na infância: "Não seja egoísta, menina! Tem que aprender a dividir". Na adolescência: "Como você tem coragem de terminar um namoro logo após receber tantas flores, que egoísta!" Na fase adulta: blah blah blah... a mesma coisa! Cheguei a pensar que eu realmente não devia ser uma boa menina, mas olhei em volta e entendi... meu egoísmo me salvou! Sou hoje uma pessoa melhor graças a ele. </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Sou egoísta o suficiente para ficar apavorada quando alguém tenta me dizer o que fazer, ou tenta forçar alguma situação! E isso sempre aconteceu! Isso sempre me enlouqueceu! E essa aversão a imposições me levou a buscar jamais repetir esse comportamento com os outros. Se eu preciso forçar qualquer coisa, sempre penso que é melhor sair daquela situação a ter que obrigar ou tentar impor algo a alguém. E por puro egoísmo: eu não faço contigo para que não faça comigo! </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
De outro ponto de vista: te dou liberdade para que me a minha cresça. Talvez eu tenha transformado egoísmo em liberdade, embora continue mais egoísta que livre. Ainda assim, penso que é melhor que fingir que não sou egoísta ou sufocar meu egoísmo, transformando água em vinho barato (como querem as religiões)! </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Como disse Clarice: "Até cortar os próprios defeitos pode ser perigoso. Nunca se sabe qual é o defeito que sustenta nosso edifício inteiro." </div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
Lillian Bentohttp://www.blogger.com/profile/10491113455811421723noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-18296303.post-89207348007430497582014-05-06T17:24:00.001-03:002014-05-06T22:00:35.019-03:00Quero ser just@<span class="Apple-style-span" style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;">'Disse que vinha e veio, lá do norte...'</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;"><br /></span>
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;"><br /></span>
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;">Ouvi uma vez, duas, três... seguidas vezes a música de Caetano Veloso e repetidas vezes me detive nesse verso inicial: 'Disse que vinha e veio! </span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;"><br /></span>
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;">Pensei sobre esse encantamento da promessa cumprida. Uma coisa tão simples que não deveria causar nem encantamento, nem estranhamento, mas causa e a música exalta essa beleza de receber algo ou alguém esperado. </span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;"><br /></span>
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;">Pensei o quanto nos acostumamos a viver em meio a promessas frouxas. Digo que vou, até quero ir, mas se qualquer outra coisa me detém, ainda que uma preguiça ou outra promessa, não vou ou não faço o que disse que faria. Há, ainda, quem prometa mesmo sabendo que não vai cumprir, apenas para sair de alguma situação. E esse é até um comportamento compreensível. São contratos sociais, particularmente um tipo de contrato social que muito me incomoda, mas que permanece e permanecerá. Está muito estabelecido e é, muitas vezes, oportuno. Não há esperanças! Acredito que a promessa cumprida seguirá despertando encantamentos, então... me deleito com a música e com a delícia que é encantar-se, ainda que não possamos 'manter a lua cheia acesa'. </span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;"><br /></span>
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;">Segue a música, é melhor e mais bela que meus pensamentos: </span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;"><br /></span>
<span class="Apple-style-span" style="-webkit-text-size-adjust: none; line-height: 12px;"></span><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<object class="BLOGGER-youtube-video" classid="clsid:D27CDB6E-AE6D-11cf-96B8-444553540000" codebase="http://download.macromedia.com/pub/shockwave/cabs/flash/swflash.cab#version=6,0,40,0" data-thumbnail-src="https://ytimg.googleusercontent.com/vi/0OM2NDgE_jM/0.jpg" height="266" width="320"><param name="movie" value="https://youtube.googleapis.com/v/0OM2NDgE_jM&source=uds" /><param name="bgcolor" value="#FFFFFF" /><param name="allowFullScreen" value="true" /><embed width="320" height="266" src="https://youtube.googleapis.com/v/0OM2NDgE_jM&source=uds" type="application/x-shockwave-flash" allowfullscreen="true"></embed></object></div>
<span class="Apple-style-span" style="font-family: Times, 'Times New Roman', serif;"><br /></span>
<br />
<br />
<div id="js-adsenseplayer" style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12px; position: absolute; right: 0px; top: 322px;">
</div>
<div class="ad-ringtone" style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12px; margin-bottom: 20px; margin-left: 0px; margin-right: 450px; margin-top: 10px;">
</div>
Lillian Bentohttp://www.blogger.com/profile/10491113455811421723noreply@blogger.com0