quinta-feira, dezembro 21, 2006
O vazio dos últimos dias de dezembro
Além do comportamento alheio, me incomoda o meu próprio. Tenho uma mania, quase uma compulsão, por analisar quem sou, para que estou e a que vim. Adianta? Não. Sempre conclusão de que não somos mais que uma piada de Deus, como bem definiu meu amado Paulinho Moska. Então porque algumas pessoas agem como se fossem mais que isso? Neste final de ano, em especial, carrego uma decepção acentuada com o ser humano e as razões que motivam o agir das pessoas. Situações me levaram à desilusão com outros seres e comigo também.
Gostaria de me tornar uma narradora-observadora da vida no período que vai de 15 de dezembro a 1º de janeiro. Enxergar o mundo sem me sentir inserida neste processo de final de ano, que sem maiores explicações que as acima, me incomoda.
sexta-feira, dezembro 15, 2006
Dos colores: Blanco y negro
era hacerlo en colores
una acuerela que hablara
de nuestros amores
Un colibri policromo
parado en el viento
una canción arco iris
durando en el tiempo
El director de la banda
silbando bajito
pensaba azules y rojos
para el valsecito
Pero ustedes saben señores
muy bien como es esto
no nos falló la intención
pero si el presupuesto
El blanco y negro
esta canción
quedó en blanco y negro
con el corazón
en el blanco y negro
nieve y carbón
en blanco y negro
en technicolor
pero en blanco y negro
Fuimos quitando primero
de nuestra paleta
una mirada turquesa
de marco violeta
Luego el carmín de las flores
encima del piano
una caída de sol
cuando empieza el verano
(Jorge Drexler)
quarta-feira, dezembro 13, 2006
Não somos mais que uma gota de luz
As mudanças que invadiram minha vida nos últimos dias foram no trabalho. No começo fiquei um tanto chateada e tal. Depois percebi que "tudo se compõe e se decompõe", como ensina o meu mestre Paulinho Moska! Mas é verdade, as mudanças são tantas que é bobagem acreditarmos que tal ou qual espaço é nosso. Fui repórter de Cidades, área pela qual tenho absoluto tesão, adoro porque abre espaço para grandes reportagens. Sai. Depois fui para Política, área em que aprendi muito, principalmente na apuração e na arte de escrever com agilidade, e que me apaixonei também. Mas agora mudei de novo e assim será sempre na vida.
A Marina Mercante (minha super amiga que amo) sempre me diz: Calma, tudo se encaixa e temos uma incrível capacidade de superar, de nos adaptarmos. Verdade, Ma. E o Moska diria:
Calma, tudo está em calma
Deixe que o beijo dure, deixe que o tempo cure.
E como não podia deixar de ser, a vida não pede licença e muito menos desculpa e o perdão é que possibilita o nascimento da culpa.
Sei que este texto ficou confuso. É que abriga a confusão de idéias que está agora em minha cabeça. O certo é que não somos mais que uma gota de luz, uma fagulha tão só na idade do céu.
quarta-feira, dezembro 06, 2006
MEU PENSAMENTO NÃO QUER PENSAR
Meu pensamento não quer pensar
ele está com preguiça de se levantar
Depois de um sono tão profundo
é duro acordar e ver que no mundo
tudo é novidade, mas eu já conheço
Então volto a dormir que é pra ver
se me esqueço
Que meu pensamento não quer pensar
e para apreender eu vou ter que apanhar
pois só assim que o ser humano evolui
Só assim serei o que nunca fui
Tudo é tão velho e eu ainda nem nasci
O tempo nunca passou e eu nem percebi
Que o meu pensamento não vai pensar
enquanto eu não fizer seu coração vomitar
toda a consciência que não o deixa em paz
com os mesmos padrões de séculos atrás
com as mesmas paixões por coisas
absolutamente banais.
(MOSKA)
segunda-feira, novembro 13, 2006
Quase nada
De você sei quase nada
Pra onde vai ou porque veio
Nem mesmo sei
Qual é a parte da tua estrada
No meu caminho
Será um atalho
Ou um desvio
Um rio raso
Um passo em falso
Um prato fundo
Pra toda fome
Que há no mundo
Noite alta que revele
Um passeio pela pele
Dia claro madrugada
De nós dois não sei mais nada
Se tudo passa como se explica
O amor que fica nessa parada
Amor que chega sem dar aviso
Não é preciso saber mais nada
(Zeca Baleiro)
quinta-feira, novembro 09, 2006
Meu desejo...
Perguntei ao coração
Se queria descansar
Ele disse que não
Que não, que não queria...
Cansado de Sambar (Assis Valente)
domingo, novembro 05, 2006
À flor da pele (despertamentos)
Alguns acontecimentos ruins
Eis que algo direciona o olhar
O pensar e o sentir...
Faz querer experimentar
Com o corpo e com a alma
Sensações diferentes
Que fervilham em sincronia profunda (L.B)
terça-feira, outubro 24, 2006
Gozo sonhado
Nós o que nos supomos nos fazemos,
Se com atenta mente Resistirmos em crer
Não, pois, meu modo de pensar nas coisas,
Nos seres e no fado me consumo.
Para mim ê-lo. crio tanto
Quanto para mim crio.
Fora de mim, alheio ao em que penso,
O Fado cumpre-se.
Porém eu me cumpro
Segundo o âmbito breve
Do que de meu me é dado.
(Ricardo Reis - heterônimo de Pessoa)
domingo, outubro 22, 2006
A Notícia BOA
Por força do ofício, vivo à procura de notícias. E nesta nem sempre grata tarefa, tive ontem a melhor notícia de todos os tempos. Do site do moska:
TUDO NOVO DE NOVO: EM BREVE O CD NAS LOJAS
10/10/2006
O CD TUDO NOVO DE NOVO será distribuido pela SOM LIVRE e em breve estará novamente nas lojas.
O álbum inclui agora as versões em espanhol de LÁGRIMAS DE DIAMANTES e PENSANDO EM VOCÊ.
sexta-feira, outubro 20, 2006
...
Olho agora para o passado na tentativa buscar esse momento, esse limiar que antecedeu o momento em que me vi no olho do furacão. Me agarro a qualquer aparente oportunidade de escapar. Em vão. Nesses momentos não adianta olhar para o lado, pouquíssimas mãos estão estendidas e as que estão não conseguem me alcançar.
quarta-feira, outubro 18, 2006
Do fundo do baú
Sim, sim. Quem me conhece sabe que eu ODEIO o ritmo pobre (minha opinião, hehehe) da música sertaneja. Mas os caras dessa dupla eram amigos do meu pai. O primeiro meu padrinho, que desde meus dez anos de idade nunca mais ouvi falar. São de Jataí. E como ser de Goiás sem ter algo de sertanejo na história, nem que seja lá no comecinho da vida, como é meu caso.
Mas foi muito legal, minha reação. Levei um susto e ao mesmo tempo senti alegria por ter a comunidade como referência. Putz, lembrei de vários momentos de minha infância, das festas que rolavam em minha casa com a presença da tal dupla. Me lembrei até que o Orfeu (que nem lembro mais o nome verdadeiro) era minha paixãozinha platônica. Eu com meus cinco anos de idade. Sempre gostei dos amores impossíveis! hahahahaha.. Ô vida! Ao ler a letra que da música que a mediadora da comunidade postou, lembrei de toda a melodia e me vi pequenininha de shortinho amarelo e blusinha do cascão (turma da Mônica) sentada no quintal cantando. Foi lindo! Nunca pensei sentir alegria ao me deparar com uma música de dupla sertaneja, mas não posso negar minha nostalgia.
Além do mais, li com cuidado os versos e, uns dezoito anos depois, percebi que é uma letra bela. Posto a abaixo, com saudades ternas de minha infância que os anos não trazem mais!
“A lua é testemunha
Que o âmago da alma
Embuido de calma abraça uma saudade põe-se a cantar
Estrelas cintilantes
Que dançam céu à fora
Refletem na viola a sensibilidade de quem sabe amar
As mãos às vezes tensas
Se apegam uma à outra
Procuram controlar memórias amorosas que o tempo atiçou
As marcas do passado amargam minha mente
De forma comovente, fiz triste a canção e a noite chegou
Sozinho na noite feito um vagabundo e louco de amor
Faço das janelas meu palco de show
Me escolho, me humilho e canto o que sou
Um caso perdido um amante da lua
Um incompreendido, um lixo da rua
É que sou poeta e poeta é louco
Tem amor demais, tem de tudo um pouco...”
quinta-feira, setembro 14, 2006
11 anos de vazio
Lillian Bento
Hoje faz 11 anos que não tenho mais o meu pai por perto. 14 de setembro de 1995, uma data que ficou registrada em preto e branco na minha memória. Um dia como outro qualquer, mas que a vida reservou para ser um daqueles que nos mostra a fragilidade e pequenez nossa existência. São onze anos de vazio, um vazio de não saber como teria sido ter meu pai por perto quando tive o primeiro namorado, quando passei no vestibular, quando estreiei no Teatro Goiânia e depois comecei a percorrer o País com o teatro.
Um vazio de não saber qual seria a reação dele ao ver a filhinha, tão querida, grávida com apenas 19 anos. E um imenso vazio de não saber se seria tão carinhoso e mimaria tanto minha Maria quanto fez comigo enquanto pôde.
Em minh'alma tenho a certeza que sim, afinal como amava crianças o meu pai. Na verdade penso até que exagerou nos mimos que dedicou a mim, mas é como se soubesse que passaria apenas 12 anos a meu lado e precisasse deixar claro o amor. Amor esse que sempre compartilhamos em uma relação linda. Como esquecer que ao chegar do trabalho, tirava os sapatos e pedia para que eu me sentasse no sofá, recostava a cabeça no meu colo e me pedia sempre para fazer "cafuné".
Como esquecer da páscoa em que chegou com um ovo de chocolate maior que eu de presente. Como esquecer das viagens e do diário que escrevi aos sete anos de idade para contá-las. É, foram apenas 12 anos, mas muito bem vividos. Problema houveram, decepções também (como não?). Mas não representam sequer um milímetro perto do imenso amor que o dedico em meu coração. Nem sei como seria se o tivesse aqui hoje. Prefiro não pensar a respeito e ter as lembranças sempre dóceis e engraçadas de quem era meu pai. Antônio de Souza Neto. Um homem muito divertido. Boêmio por natureza.
Amava a rua e as pessoas, aliás sempre lembro de meu pai cercado de pessoas. Recordo dos churrascos que promovia em nossa casa e que reunia amigos até a manhã seguinte. Penso que "herdei" dele o gosto pela rua e até alguns aspectos de minha vida profissional. Meu pai não era jornalista como eu, mas o seria fácil se assim tivesse pretendido. Era um comunicador por natureza e de um humor sarcástico, característica importante ao bom jornalista.
Pai, terá sempre meu amor e minhas melhores lembranças. Só de uma coisa consigo me arrepender ao lembrar de ti, que é do fato de ter tido sempre um gênio tão difícil e um certo bloqueio de dizer claramente às pessoas que amo, o quanto as amo. Não me lembro das vezes que te disse um bom e sonoro "eu te amo". Mas sei que sempre soube de meu amor, e isso me conforta um pouco. De toda sorte, agora digo em meus pensamentos a ti direcionados o quanto amo. E sei, que o verdadeiro amor está além de tudo, inclusive da morte. "Tudo passa, só o amor fica e é eterno e imortal."
sexta-feira, setembro 08, 2006
Virtual(mente)
De onde vim? Pra onde irei? Não sei
Já nem sei no que vai dar
Nossa paisagem nova, pop filosofia
quarta-feira, agosto 30, 2006
Os dissabores da reportagem - um dia na cobertura do caso Osvaldo Pereira
O fato é que, ao se sentir ofendido pela cobertura do caso, o governadoriável perdeu a cabeça ontem ao me encontrar (de novo) no Ministério Público Estadual (MPE) para fazer cobertura de outras irregularidades do candidato ainda da época em que fora diretor do Procon municipal. Osvaldo fez ameaças sutis e, visivilmente perturbardo, disse que poderia processar o jornal e a mim pela cobertura. Ora, processar por tentar reportar à população as versões da sucessão de fatos podres que vieram à tona depois da exibição do Fantástico?
O acusado ficou ainda mais nervoso ao perceber a presença do repórter fotográfico que me acompanhava no trabalho. "Não quero aparecer, esse ai veio aqui a mando daquela lá (eu)". Não, não mesmo, meu caro candidato, nós dois estávamos ali no exercício de um trabalho digno e honesto.
Mas o pior, foi no momento em que deixou a sala onde prestava depoimento sobre cinco crimes de que está sendo acusado. O GOVERNADORIÁVEL dirigiu-se à mim e disse: "Você está contra mim, é uma carniceira."
E é por isso, por essa última frase ofensiva proferida na presença do repórter fotográfico que escrevo neste espaço. Para dizer que não trabalho contra esse ou aquele. Os fatos estão contra tal candidato. Escrevo também para dizer que o trabalho da imprensa precisa ser respeitado e que a sociedade deve estar atenta a qualquer tipo de tentativa de limitar, o já tão limitado, trabalho da imprensa.
Até entendo o Osvaldo, que disse que não gostaria de ser fotografado, de aparecer como acusado. No lugar dele eu não iria querer aparecer nem no Fantástico (hihihihi). Mas, confio na justiça (claro que com um pé atrás) e confio ainda mais na atuação do Ministério Público. E que venha a tão sonhada reforma política que o Brasil tanto necessita. Enquanto isso, nunca torci tanto para que essas legendas de aluguel fiquem retidas na Cláusula de Barreira este ano. Apesar de insuficiente, seria uma tentativa real de põr fim às barganhas, negociatas, aluguel de mandatos e práticas afins, como uma vergonhosa tentativa de vender espaço no horário eleitoral GRATUITO.
(Lillian Bento)
Osvaldo Pereira
O candidato teve ainda a ousadia de dizer que faria a negociação por ser "dono do partido". E disse em alto e bom som: "comprei o partido, porque no Brasil partidos emergentes a gente compra." Sinceramente, nunca torci tanto para que muitos desses nanicos fiquem retidos na cláusula de barreira. Mas sei que não é suficiente para acabar com a proliferação de políticos como Osvaldo Pereira, que diz a quem quiser ouvir que será "o governador da educação" e não mostra o mínimo de cortesia com o povo brasileiro.
Antes de qualquer reforma na educação, o Brasil precisa de uma efetiva reforma política. Uma mudança capaz de matar desse sentimento de impotência que agora compartilho com meus irmãos de pátria. Pelo menos, neste tenho esperança de que a justiça eleitoral puna efetivamente. E me sinto melhor quando penso que na tentativa de vender horário nobre, Osvaldo Pereira foi flagrado em horário nobre para o Brasil inteiro ver e se indignar. (L.B)
quinta-feira, agosto 10, 2006
A (viagem) gota d'água e o filme de consolo
Há algumas semanas tenho pensado sobre como tem muita coisa fora do lugar na minha vida. Mas na tentativa de adiar algumas reflexões aparentemente necessárias, tentei reprimir tais pensamentos e os rebatia com o argumento: "e quem determina os lugares certos para as coisas". Mas hoje não deu, tem muita coisa fora do lugar mesmo, ainda que não saiba ao certo quais são os lugares adequados.
Depois de uma noite péssima, acordei com a difícil missão de me despedir da Maria, que se preparava para sua primeira viagem sem mim. Ela ainda dormia, quando comecei a tomar as providências finais para a partida e organizava a pequena mala colorida. Tudo pronto, me despedi com um nó imenso na garganta. Disse "eu te amo, vou sentir saudade. Você me liga?"
E ela respondeu "também te amo. Mas só vou ligar se eu sentir saudade, tá?" Foi tão espontânea, que respondi decepcionada: "tá". Após um longo abraço seguiram viagem. Maria (toda feliz em sua cadeirinha rosa de auto), meu padrasto e minha mãe. Subi. Dormi um pouco mais, até a hora de me aprontar para ir trabalhar.
Antes, pensei. Pensei sobre mim, as pessoas e situações que me cercam. - Puxa, como deixei a vida me levar. Como tudo parece fora do lugar. Dividi a vida por aspectos para analisar melhor, mas o resultado foi pior. Decepção. Se considerasse uma pontuação de zero a 10, teria o seguinte quadro:
Vida profissional: 3 Sentimental: 0,5 Financeira: 0,8 Familiar: 5
Números negativos. Senti vontade de chorar. Dormi.
À tarde, no jornal, lembrei da Maria. Ainda não havia me ligado, talvez na empolgação da viagem não tivesse ainda tempo para sentir saudades. Comecei a trabalhar. Outros problemas relativos aos aspectos acima notificados. Não pude conter o choro. Algumas pessoas perceberam. Disse que chorava de saudade da Maria. E de algum modo era também.
É estranho. Em dias como hoje me sento alheia ao mundo e às pessoas. É como se estivesse fechada para balanço. As pessoas falam comigo, mas a sensação é de ouvir ruídos. Caminhavam e eu eu só percebia vultos. Concentração mesmo, só na hora de apurar os fatos e escrever. Depois flutuava, como quem observa para ver os passos errados e dizer "volte, não é por aí".
E como se isso fosse possível, tive vontade de ficar só. De correr, de fugir. Não o fiz, claro. Esperei. Mas ao terminar minha matéria pensei em ir ao cinema. Era tarde, 22 horas, fui. Sozinha. (É raro sentir vontade de ficar sozinha, mas ontem precisava) Em minutos estava no shopping, cheguei nos trailers e tive dificuldades para encontrar um bom lugar. Achei, mas quase tropeço em um casal de adolescentes, que literalmente se pegavam dentro do cinema. Senti raiva, é claro. Por que não procuraram um motel, porra? Mas a presença pegajosa e incômoda do jovem casal ao lado tornou-se insignificante logo às primeiras cenas do filme.
Assistir a história daquela mãe, que ao perder o filho reorienta toda a vida para alcançar justiça e conviver com o sofrimento, me fez perceber (mais uma vez) que aos 23 anos de idade já tenho o que na vida me fará mais feliz: a Maria. Claro, que sofro diante de minhas decepções e anseios com as outras áreas da vida. Mas percebo que quando sofro porque a responsabilidade de ser mãe limitou meus passos, o faço sem causa. Porque se não tivesse hoje a Maria, acabaria tudo que tem sentido.
Para mim, Zuzu é a prova de que para uma mãe felicidade está no sucesso dos filhos. Não há maior fã e pessoa detentora de maior amor. Não vou contar a história, até porque recomendo que todos assistam, mas ser capaz de mudar tudo por uma pessoa é incrível. E esse belo sentimento, um tanto egoísta (de achar que só seu filho é tudo) tenho em mim. Chorei ainda mais de saudade da Maria, que não me ligou.
Não deve ter tido tempo de sentir saudade. Mas eu liguei (quatro vezes). Ela só quis falar comigo uma. É assim, ser mãe é ter o mais belo dos sentimentos. Amar sem esperar mesmo NADA em reconhecimento.
Ao final do filme e após ter chorado o dia todo, percebi que os outros problemas me incomodam sim. E incomodarão enquanto não resolvê-los, um a um. Mas o alento de saber o que é amar de verdade eu tenho. A Maria me deu.
quarta-feira, agosto 09, 2006
Apropriação devida: Alguém
E agora procura sua alma perdida no corpo não sabe de quem e em sua cabeça ela começa a gritar, mesmo não tendo ninguém pra escutar.
- Onde andará meu amor, que me deixou sem me avisar quando ou se vai voltar pro lugar que escolheu, para ser meu. Mesmo que cedo ou tarde ele torne a me abandonar.
Todos na rua parecem saber dos detalhes do que aconteceu e mesmo tão nua, ela encara sem medo os olhares que lhe dizem adeus. Pois pra quem já perdeu o que tinha quando decide partir já venceu.
Quero ser ombudsman de mim...
o sol tão claro, Esmeralda,
e em minhalma — anoitecendo."
(Manuel Bandeira)
quarta-feira, agosto 02, 2006
Do amor...
Relações de dependência e submissão, paixões tristes.
Algumas pessoas confundem isso com AMOR.
Chamam de AMOR esse querer escravo,
e pensam que o AMOR é alguma coisa que pode ser definida, explicada, entendida, julgada.
Pensam que o AMOR já estava pronto, formatado, inteiro, antes de ser experimentado.
Mas é exatamente o oposto, para mim, que o amor manifesta.
A virtude do AMOR é sua capacidade potencial de ser construído, inventado e modificado.
O AMOR está em movimento eterno, em velocidade infinita. O AMOR é um móbile.
Como fotografá-lo? Como percebê-lo? Como se deixar sê-lo?
E como impedir que a imagem sedentária e cansada do AMOR nos domine?
Minha resposta? O AMOR é o desconhecido.
Mesmo depois de uma vida inteira de amores, o AMOR será sempre o desconhecido,
a força luminosa que ao mesmo tempo cega e nos dá uma nova visão.
A imagem que eu tenho do AMOR é a de um ser em mutação.
O AMOR quer ser interferido, quer ser violado, quer ser transformado a cada instante.
A vida do AMOR depende dessa interferência.
A morte do AMOR é quando, diante do seu labirinto, decidimos caminhar pela estrada reta.
Ele nos oferece seus oceanos de mares revoltos e profundos, e nós preferimos o leito de um rio, com início, meio e fim.
Não, não podemos subestimar o AMOR, não podemos castrá-lo.
O AMOR não é orgânico. Não é meu coração que sente o AMOR.. É a minha alma que o saboreia.
Não é no meu sangue que ele ferve. O AMOR faz sua fogueira dionisíaca no meu espírito.
Sua força se mistura com a minha e nossas pequenas fagulhas ecoam pelo céu..
...como se fossem novas estrelas recém-nascidas. O AMOR brilha.
Como uma aurora colorida e misteriosa,
como um crepúsculo inundado de beleza e despedida,
o AMOR grita seu silêncio e nos dá sua música.
Nós dançamos sua felicidade em delírio porque somos o alimento preferido do AMOR,
se estivermos também a devorá-lo.
O AMOR, eu não conheço.
E é exatamente por isso que o desejo e me jogo do seu abismo,
me aventurando ao seu encontro.
A vida só existe quando o AMOR a navega.
Morrer de AMOR é a substância de que a Vida é feita.
Ou melhor, só se vive no AMOR.
E a língua do AMOR é a língua que eu falo e escuto.
Por Moska
Árvores alheias
Rega as tuas plantas,
Ama as tuas rosas.
O resto é a sombra
De árvores alheias.
A realidade
Sempre é mais ou menos
Do que nós queremos.
Só nós somos sempre
Iguais a nós-próprios.
Suave é viver só.
Grande e nobre é sempre
Viver simplesmente.
Deixa a dor nas aras
Como ex-voto aos deuses.
Vê de longe a vida.
Nunca a interrogues.
Ela nada pode
Dizer-te. A resposta
Está além dos deuses.
Mas serenamente
Imita o Olimpo
No teu coração.
Os deuses são deuses
Porque não se pensam.
Queria a vida fosse sempre assim, como canta acima Ricardo Reis. Viver sem dar importância ao que não tem, sem se importar com o que é sombra de árvore alheia. E melhor, viver sem ter ninguém de olho na sua sombra. É... mas não tem jeito, alheio ao que penso, o fado cumpre-se!
Flores que colho, ou deixo...
Flores que colho, ou deixo,
Vosso destino é o mesmo
Via que sigo, chegas
Não sei aonde eu chego.
Nada somos que valha,
Somo-lo mais que em vão.
terça-feira, agosto 01, 2006
E se um dia tudo faltar.... haverá sempre um anjo para me amparar.
Saí do jornal por volta de 22 horas. Em minutos estava na companhia confortante da pequena Maria. Ao encontrá-la outra surpresa (desta vez boa): ao me ver machucada ela virou-se de lado e chorou. "Eu fiquei triste porque você machucou", disse entre lágrimas sentidas e o abraço mais gostoso que há no mundo. Cansada comi alguma coisa, conversamos. Ela me contou da escola e de como ela conseguiu conversar com a Ester, "amiguinha" de quem ela não gosta tanto. "Não gosto da Esté, ela pegou minha flor um dia e jogou fora." Mas hoje ela superou isso e (seguindo meus conselhos) conversou e brincou com a coleguinha. Contou ainda da primeira tarefinha depois das férias e da recepção que a escola preparou.
Ouvi tudo como se escutasse música clássica. A voz mais linda me contava os feitos mais interessantes do mundo. Fomos dormir. Antes contei duas estórias "de livro", como prefere a Maria. E depois de todo o stresse de ter sido atropelada, fechei os olhos. Minutos depois abri com a certeza de que veria a pequena já adormecida. Mas para terceira surpresa do dia, vi que os pequenos olhos me observavam. Por alguns minutos ela vigiou meu sono e ao me ver abrir os olhos abriu um lindo e doce sorriso. E com magia plena me abraçou e encheu meu rosto de beijos. Os melhores do mundo. Naquele instante pensei: pode me faltar tudo, se sobrar esse sorriso meu mundo está completo.
O sorriso de anjo, do meu pequeno anjo. Não há atropelamento que me tire essa alegria e que abale esse amor.
domingo, junho 18, 2006
Jornalismo político
Semana passada tive a oportunidade de participar de um curso de capacitação para jornalistas para a cobertura das eleições 2006, oferecido pela Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo) e ANJ (Associação Nacional de Jornais). Ouvi Franklin Martins com a experiência de décadas no fazer do jornalismo político. Luiz Fernando Rila, chefe da sucursal do Estadão em Brasília. Este aliás me seduziu com a defesa do jornalismo cético por completo. Na cobertura de eleições desde o marcante ano de 1989, Rila conta as vantagens e desvantagens de não acreditar na política e no jornalismo para ser, assim, um jornalista político.
Mas sem dúvida a melhor discussão foi a dos blogueiros Guilherme Fiuza, do Política e Cia, Fernando Rodrigues, da Folha, e do encantador Jorge Bastos Moreno, do Globo. Senti que entro para a história do jornalismo, quando ela ganha um novo modelo, uma quebra de paradigmas com a apropriação do blog como ferramenta jornalística. Instrumento que redefine a construção do texto, dá as costas para a impessoalidade e imparcialidade e, sem dúvida, dá uma apimentada na cobertura das eleições de 2006.
Aliás, a minha primeira cobertura de eleições não podia ser mais apropriada. Este ano a mini-reforma política (Lei 11.300/06) pincelou a vontade de alguns de fazer a efetiva reforma e criou obstáculos a mais para importunar a prática de corrupção e abuso do poder econômico nas campanhas. Não são mudanças capazes de inibir a antiga e enraizada prática do caixa dois, mas são capazes de imprimir alterações com a proibição de outdoors e showmícios. Ao menos temos o prazer de ver candidatos perdendo peso com a prática intensiva de caminhadas e do famoso corpo-a-corpo com o eleitor.
Bom, dou a mim mesma as boas vindas ao mundo do jornalismo político, já com quase dois meses de prática. Que eu aprenda a ser mais e mais cética, a duvidar e continue querer sempre mais, mesmo diante da frustação de não alcançar nunca o ideal da isenção de interesses e da imparcialidade. Vamos às eleições e fiquem ligados na tv a partir do dia 15 de agosto, afinal faltam 30 dias para irmos às urnas.
terça-feira, junho 06, 2006
Cabelo Brancoooooo!!!!!!!!!!!!!
-Um cabelo branco.
-Ahhhhhhhhhhhhhhhhhh..... credo!
Minha reação foi absolutamente involuntária. O grito grave chamou atenção dos presentes, cerca de dez pessoas que guardavam o silêncio típico do local. Estavámos no cemitério. Senti-me envergonhada, disfarcei e fingi ter esquecido o fato.
Já na redação, tive um dia de turbulência. Daqueles em que as pouca coisa dá certo. Era deputado que não atendia telefone, senador que não dizia o que interessava, enfim... Mas a cada intervalo o fio prateado voltava a me tomar os pensamentos. O sentimento era de angústia.Queria me livrar daquele simples amontoado de queratina que carregava em si o peso da idade.
Exagerada
Acredito que não. É que o primeiro cabelo branco representa muito na vida de uma pessoa. Primeiro assusto porque em minha família as pessoas costumam demorar para ter fios brancos. Depois porque me assusta a idéia de a vida estara passando tão rápido e aparentemente fora de meu controle. O nascimento deste cabelo significa que tenho que apertar ainda mais o passo para correr atrás do que desejo.
Não haverá outra chance, assim como não haverá o nascimento de outro primeiro cabelo branco. Ai, lembrei do meu querido professor Signates que um dia depois de uma discussão do núcleo de pesquisa, me aconselhou a aproveitar mais o que de bom as escolhas que fiz me trouxeram. Ainda que meu ímpeto me levasse a somar apenas os prejuízos.
Na verdade tento ter paciência, pensar no tal "lado bom", e estava quase conseguindo. Até que veio esse cabelo branco aí para me pressionar. Ai, ai...
Ah, tem um problema: ainda não consegui me livrar do fio intruso que sumiu em meio aos meus adorados cabelos escuros. Por favor quem achar: denuncie!
quinta-feira, maio 25, 2006
Prêmi IGE de Jornalismo
O novo desafia, mas não assusta...
E acredito por sentir-me realizada ao concluir uma pauta e sentir que pude ajudar alguém, que pude publicizar a história de pessoas que, de forma ou outra, foram beneficiadas com meu trabalho. Ainda lembro da primeira vez percebi o alcance benefíco de uma matéria minha ao contar a história do Gabrielzinho, um bebê portador de doença rara que necessita de um leite especial e caro para sobreviver. As respostas dos leitores foram as melhores possíveis e vim a saber depois que a matéria rendeu grande ajuda ao pequeno. Tantas outras, como a matéria sobre educação inclusiva que foi finalista do Prêmio IGE de Jornalismo. Contou a história de dois garotos (Thiago e João Paulo) que superaram graves dificuldades da doença mental para estar na escola, um direito de TODAS as crianças e que tantas vezes é desrespeitado quando se trata de crianças portadoras de necessidades especiais. E realidade de desrespeito aos direitos infanto-juvenis, que indignada, contei em matéria sobre pedofilia na internet.
Até as histórias trágicas, mortes, indignação, injustiças, que mesmo tentando respeitar o princípio duvidoso da imparcialidade jornalística, foram por mim contadas carregadas e indignação e raiva. Outras vezes de esperança e medo, nas boas vezes que "ataquei" merecidamente pessoas. E fatos engraçados e curiosos, como a cidade cor-de-rosa do interior de Goiás. Foram nove meses. Nove meses de formada e nove meses na editoria de Cidades. Sentirei falta, tanto por crer no potencial de tal editoria no debate social, como por desejar contribuir muito no exercicío do jornalismo para a sociedade e em especial, muito especial, na área que tanto acredito e sou apaixonada: os direitos das crianças e adolescentes.
Outro motivo leva minhas lágrimas a rolarem sobre a face insistentemente é pensar sobre os colegas de Cidades. Pessoas a quem rendo homenagens e agradeço o aprendizado. (A essa altura pode estar pensando: meu Deus, ela só mudou de editoria! ... Eu sei, mas...). Warlem, que eu adoro e admiro como chefe, foi meu primeiro editor, meu primeiro chefe em uma redação e será sempre, sempre, sempre lembrado e querido. O Mac também foi grande chefe, com quem compartilhei bons momentos que marcaram minha entrada no jornalismo. Wanessa, a 'marida' querida.... pessoas com as quais terei a sorte de continuar convivendo, ainda que em editorias distintas, mas aproveito o espaço para dizer o que merecem ouvir.
Bem, diante de tudo acima porque teria eu aceitado o desafio de mergulhar nos turvos bastidores do mundo da política? Exatamente pelo desafio (odeio o sentimento do 'como poderia ter sido', já me dei mal por isso, mas sempre arrisco) . Ao receber o convite senti meu coração brigar com a razão, pedi um tempo, liguei, pensei e aceitei. O pesar por deixar Cidades pesou, mas tinha diante de mim uma proposta desafiadora e ao pensar nas "Flores que colho, ou deixo" encarei. Confesso que sinto medo e estou diante de alguma confusão mental, mas acredito que posso contemplar meu (utópico) sentimento de justiça ao cobrir as idas e vindas do poder. Ao cobrir os mecanismos e articulações das sucessões, as nuances e malícias da política.
Ah, e quanto aos novos colegas de Política gosto de todos, mas da mesa do bar e das festinhas... começa agora a nova etapa de trabalhar juntos. Enfim, estou aberta.... que venha o novo!
quinta-feira, abril 27, 2006
A preguiça
Preguiça de escrever... de encadear fatos e colocar os dedos em ação
Aliás estas duas linhas escrevi em 10 minutos e tenho preguiça de formatar
tenho preguiça, não é cansaço, nem tristeza (estou alegre) é preguiça...
segunda-feira, abril 17, 2006
Maria e as suas...
A Maria é figura. Todo dia tem uma nova, incrível. Se dedicasse meu tempo a sistematizar tudo escreveria um livro. Para minha alegria ela ama livros, ama, ama, ama. Tem a própria biblioteca e entre eles estão os clássicos 'contos de fadas', estórias de princesas e tal. Outro dia a peralta colocou uma cadeira na janela do apartamento e começou a jogar um pano para fora. Dei um pulo instintivo, coisa de mãe. Apesar das grades tive medo que ela caísse. E ela me olhou como quem domina a situação e disse:
-Calma, só estou jogando as tranças lá em baixo pra ver se dar certo.
Cerca de um minuto depois:
-É esse negócio de 'píncipe' não existe, ninguém subiu. Não acredito mais!
Na hora pirei, olha o raciocínio da garota. Mas gostei é bom que ela tenha um posicionamento crítico a respeito de príncipes, princesas e ilusões afins sem que eu tenha que emitir meus descrentes pontos de vista.
Palmas pra Maria, sem corujices eu juro!
A trilha sonora do feriado
Pra rua me levar
Não vou viver, como alguém que só espera um novo amor
Há outras coisas no caminho aonde eu vou
As vezes ando só, trocando passos com a solidão
Momentos que são meus e que não abro mão
Já sei olhar o rio por onde a vida passa
Sem me precipitar e nem perder a hora
Escuto no silêncio que há em mim e basta
Outro tempo começou pra mim agora
Vou deixar a rua me levar
Ver a cidade se ascender
A lua vai banhar esse lugar
E eu vou lembrar você
É... mas tenho ainda muita coisa pra arrumar
Promessas que me fiz e que ainda não cumpri
Palavras me aguardam o tempo exato pra falar
Coisas minhas, talvez você nem queira ouvir
sexta-feira, abril 07, 2006
Pensando em Você (Moska)
Pensando em nunca mais
Pensar em te esquecer
Pois quando penso em você
É quando não me sinto só
Com minhas letras e canções
Com o perfume das manhãs
Com a chuva dos verões
Com o desenho das maçãs
Com você me sinto bem
Eu estou pensando em você
Pensando em nunca mais
Te esquecer
domingo, março 26, 2006
Lágrimas de diamante
Não se preocupe mais
Com minha imperfeição
Não se pergunte mais
Porque me disse não
Se eu não procuro agora
O que encontramos antes
É só porque a noite chora
Lágrimas de diamantes
Lágrimas de diamantes
À noite, lágrimas de diamantes
De dia lágrimas, à noite amantes
Lágrimas de diamantes
domingo, março 19, 2006
Marina...
- Apesar do desencontro inicial, a Ma chegou na sexta e eu (morta de cansaço) dormi e não liguei para encontrá-la no mesmo dia, mas os outros dois dias foram ótimos. No sábado conversamos, passeamos com a Maria (Aliás, um fator que me faz amar ainda mais a Marina, é saber do sentimento bom que ela tem pela pequena), conversamos sobre tantos problemas, sonhos e as sempre presentes 'encreitações'. À noite saímos, algumas coisas não foram como combinamos, mas nos divertimos. No domigo acordamos tarde, almoço (atrasado) na casa da minha tia, passeio no parque Vaca Brava e no Shopping com a Maria, descanso em casa, chuva, e ela pegou a estrada. E eu fiquei aqui com a Maria, com uma sensação boa de ter aproveitado meus dias dedicados ao raro descanso ( é difícil ter folga o final de semana inteiro), ao lado de pessoas que amo e que me trazem a sensação de felicidade. Sei que ainda falta muito para ter tal sensação por mais tempo, mas vou dormir tranqüila, alegre e espero ter uma semana equilibrada.
Um dia de cada vez. Quero aprender apreciar a vida em pequenas doses de alegria, tristeza, raiva, sucesso, tranqüilidade, medo, certezas, dúvidas, frustrações, realizações... e "ou sem percebermos os dias irão passando como um trem sem estação. E lá estaremos nós com os pés no chão, mas encostando o céu com a palma das mãos..."
quarta-feira, março 08, 2006
Tristeza
dia iInternacional da mulher por uma Mulher
Ah, e o pior nem é isso. Sou muito expansiva e por isso quantas vezes alguns homens (imbecis) não fizeram julgamentos baseados em aparências, o que transformou minha naturalidade em estigmas como 'atirada', 'desbocada' e outros adas da vida. Se fosse homem não seria assim. Podem até me perguntar se gostaria de ser homem. Não, gosto de ser mulher, mas sonho em viver em uma sociedade menos hipócrita, que olhe mulher com naturalidade, não igualdade porque não existe, mas respeito e sem os tais estigmas machistas. Enquanto esse dia não chega, odeio datas demagogas como a de hoje e sinceramente não aceito PARABÉNS, não no dia 8 de março.
terça-feira, fevereiro 28, 2006
É tudo novo de novo na imprensa
É verdade: nada é novo. E os versos do meu amado Paulinho Moska dizem (de novo) na minha mente: 'é tudo novo de novo". Será que a imprensa está sem idéias e prolifera um jornalismo cíclico? Ou será que a sociedade perdeu a vontade de inovar e segue por ai repetindo os atos e fatos? Nada é novo mesmo. E olha que jornalistas passam os dias à procura do novo. Onde estão as novidades. Eu vivo a luta diária da busca por notícias, da cobertura cotidiana do novo que torna-se bem parecido, quiçá igual ao velho.
Novas pesquisas, desastres naturais, tragédias e sucessos econômicos, novidades na política social, e em tantos outros campos da vida social. Então porque o jornal de hoje está tão parecido com o de ontem e do ano passado? Um jornal de Brasília ou de Goiânia tão parecido com um do Pará? É vai ver o que o 'tudo novo' é mesmo conseqüência do 'de novo'.
terça-feira, fevereiro 14, 2006
JornaLillian (paixões e frustrações)
Hoje tive um ataque súbito, uma crise de choro ao sentir a minha impotência diante da vida e dos caminhos que ela toma sem me consultar. Constatei que sou "nada" perante os percalços e empurrões do chato do destino (porque se ele existe, com certeza me desafia).
É estranho esse sentimento me atacar agora, até porque ontem tive uma grande notícia para minha curta carreira de jornalista. Recebi uma proposta que contempla a paixão ardente que cultivo dentro do exercício do jornalismo. Ainda não posso dizer o que é, mas em breve quem me conhece (e lê jornal) poderá conferir meu contentamento expresso em algumas linhas.
No entato, o meu primeiro sonho, também profissional, parece ainda distante... mas apesar da tristeza tenho comigo um sentimento (de água mole em pedra dura) que não me deixa desistir. Outro dia conversava com a Paola (minha amiga) sobre essa tal insistência (natural) quando quero algo e comentei que algumas vezes seria melhor não ter tentado, mas como poderia saber. E diante de algo novo insisto de novo. Pode parecer uma atitude de gente teimosa (talvez seja), mas há quem entenda. A Paola por exemplo, que também afirma compartilhar o sentimento.
Por isso falo agora da minha alegria e da minha tristeza. Talvez tenha neste momento uma visão restrita: penso que a vida é uma só e que tenho que correr, correr, correr e correr para atingir minhas metas. Mas ela também cede às nossas insistências e por isso digo: vou correr até o fim atrás da minha meta.
Por hora, escrever aqui foi bom. Reafirmei minha decisão de manipular meus próprios sentimentos e pensar que tive nesses dias uma das minhas primeiras conquistas profissionais, que deve ser um dos primeiros passos para alcançar outros mundos, outros vôos... que podem, quiça, ir além da minha meta. Mas ainda hoje a frustração me faz chorar.
sexta-feira, fevereiro 10, 2006
Sem dizer adeus (Paulinho Moska)
Chorei até ficar debaixo d’água
Submerso por você
Gritei até perder o ar
Que eu já nem tinha pra sobreviver (Eu andei...)
Eu
Andei até chegar no último lugar
Pisado por ninguém
Só pra poder provar
O que era estar depois do final do além (Eu andei...)
E cheguei exatamente onde algum dia
Você disse que partia pra nunca mais voltar
E eu já estava lá a te esperar sem dizer adeus
Eu
Fiquei sozinho até pensar
Que estar sozinho é achar que tem alguém
Já me esqueci do que não fiz
O que farei pra te esquecer também?
Se eu não sei o nome do que sinto
Não tem nome que domine o meu querer
Não vou voltar atrás
O chão sumiu a cada passo que eu dei (Eu andei...)
domingo, fevereiro 05, 2006
.dor.
Mas não consigo, ela me arde justo na hora que acreditei estar livre
Tudo culpa das ilusões (das minhas burras ilusões)
Quisera eu ser meramente racional
Resolver matematicamente meus problemas
Apagar as pegadas atrás de mim
Mas meu rosto inchado e repleto de lágrimas,
parece querer o contrário
Não importa os resquícios, as cicatrizes, não importa o amor
Não esse amor idiota que as ilusões alimentam
Esse, que falso, foge deixando apenas a dor, e essa sim: fica
E insiste em me atacar.
segunda-feira, janeiro 30, 2006
sexta-feira, janeiro 20, 2006
Para sempre HOJE serei Lídia
Hoje quis sentir-me Lídia,a Lídia do Ricardo Reis A Lídia que senta à beira do rio,a Lídia confidente, A pagã inocente da decadência, Lídia. Segue abaixo a seleção de Odes deste heterônimo de Fernando Pessoa que tanto me agrada. Para que eu, com os pés no chão, Sonhe em tocar o céu e (por instantes:sentir-me Lídia.
Quando, Lídia (Ricardo Reis)
Com o inverno que há nele, reservemos
Um pensamento, não para a futura
Primavera, que é de outrem,
Nem para o estio, de quem somos mortos,
Senão para o que fica do que passa
O amarelo atual que as folhas vivem
E as torna diferentes
Prazer (Ricardo Reis)
Lídia, que a sorte àqueles não é grata
Que lhe das mãos arrancam.
Furtivos retiremos do horto mundo
Os depredandos pomos.
Não despertemos, onde dorme, a Erínis
Que cada gozo trava.
Corno um regato, mudos passageiros,
Gozemos escondidos.
A sorte inveja, Lídia.
Emudeçamos.
Dia Após dia (Ricardo Reis)
Dia após dia a mesma vida é a mesma.
O que decorre, Lídia,
No que nós somos como em que não somos
Igualmente decorre.
Colhido, o fruto deperece; e cai
Nunca sendo colhido.
Igual é o fado, quer o procuremos,
Quer o 'speremos. Sorte
Hoje, Destino sempre, e nesta ou nessa
Forma alheio e invencível.
segunda-feira, janeiro 16, 2006
O Gloss de caipirinha
No primeiro dia levei pro jornal: sucesso total! Todo mundo queria experimentar, e quase todo mundo experimentou. Até um tal repórter que antes de passar falou: - Você tá doida, isso não é coisa de homem! Mas a curiosidade venceu: passou! -Humm... não é que tem gosto de cachaça! - diziam todos. E eu praticamente bebendo o batom pastoso. Saí do jornal direto para o bar alternativo: o gloss não saia da minha mão.
A galera no bar começou a chamar-me "cachaceira", vejam vocês. Mas todo mundo pedia um poquinho e degustava o cosmético com a língüa. Quando percebi que estava 'quase' tonta. Pensei: - foi a mistura, to bebendo cerveja e passando gloss de caipirinha! - -Será que tem alguma 'coisa' nesse gloss? Não sei, ele tá aqui na minha frente. Estou no jornal, mas o gostinho que está na minha boca coloca minha cabeça lá no bar. Não sou TÃO cachaceira, gosto mesmo de cerveja, mas o gloss de caipirinha...hhhhmmmm! Pena que tá acabando.
Ah... Comprei um gloss de caipirinha.