segunda-feira, janeiro 30, 2006
sexta-feira, janeiro 20, 2006
Para sempre HOJE serei Lídia
Hoje quis sentir-me Lídia,a Lídia do Ricardo Reis A Lídia que senta à beira do rio,a Lídia confidente, A pagã inocente da decadência, Lídia. Segue abaixo a seleção de Odes deste heterônimo de Fernando Pessoa que tanto me agrada. Para que eu, com os pés no chão, Sonhe em tocar o céu e (por instantes:sentir-me Lídia.
Quando, Lídia (Ricardo Reis)
Quando, Lídia, vier o nosso outono
Com o inverno que há nele, reservemos
Um pensamento, não para a futura
Primavera, que é de outrem,
Nem para o estio, de quem somos mortos,
Senão para o que fica do que passa
O amarelo atual que as folhas vivem
E as torna diferentes
Com o inverno que há nele, reservemos
Um pensamento, não para a futura
Primavera, que é de outrem,
Nem para o estio, de quem somos mortos,
Senão para o que fica do que passa
O amarelo atual que as folhas vivem
E as torna diferentes
Prazer (Ricardo Reis)
Prazer, Mas devagar,
Lídia, que a sorte àqueles não é grata
Que lhe das mãos arrancam.
Furtivos retiremos do horto mundo
Os depredandos pomos.
Não despertemos, onde dorme, a Erínis
Que cada gozo trava.
Corno um regato, mudos passageiros,
Gozemos escondidos.
A sorte inveja, Lídia.
Emudeçamos.
Lídia, que a sorte àqueles não é grata
Que lhe das mãos arrancam.
Furtivos retiremos do horto mundo
Os depredandos pomos.
Não despertemos, onde dorme, a Erínis
Que cada gozo trava.
Corno um regato, mudos passageiros,
Gozemos escondidos.
A sorte inveja, Lídia.
Emudeçamos.
Dia Após dia (Ricardo Reis)
Dia após dia a mesma vida é a mesma.
O que decorre, Lídia,
No que nós somos como em que não somos
Igualmente decorre.
Colhido, o fruto deperece; e cai
Nunca sendo colhido.
Igual é o fado, quer o procuremos,
Quer o 'speremos. Sorte
Hoje, Destino sempre, e nesta ou nessa
Forma alheio e invencível.
segunda-feira, janeiro 16, 2006
O Gloss de caipirinha
Comprei um gloss de caipirinha.
No primeiro dia levei pro jornal: sucesso total! Todo mundo queria experimentar, e quase todo mundo experimentou. Até um tal repórter que antes de passar falou: - Você tá doida, isso não é coisa de homem! Mas a curiosidade venceu: passou! -Humm... não é que tem gosto de cachaça! - diziam todos. E eu praticamente bebendo o batom pastoso. Saí do jornal direto para o bar alternativo: o gloss não saia da minha mão.
A galera no bar começou a chamar-me "cachaceira", vejam vocês. Mas todo mundo pedia um poquinho e degustava o cosmético com a língüa. Quando percebi que estava 'quase' tonta. Pensei: - foi a mistura, to bebendo cerveja e passando gloss de caipirinha! - -Será que tem alguma 'coisa' nesse gloss? Não sei, ele tá aqui na minha frente. Estou no jornal, mas o gostinho que está na minha boca coloca minha cabeça lá no bar. Não sou TÃO cachaceira, gosto mesmo de cerveja, mas o gloss de caipirinha...hhhhmmmm! Pena que tá acabando.
Ah... Comprei um gloss de caipirinha.
No primeiro dia levei pro jornal: sucesso total! Todo mundo queria experimentar, e quase todo mundo experimentou. Até um tal repórter que antes de passar falou: - Você tá doida, isso não é coisa de homem! Mas a curiosidade venceu: passou! -Humm... não é que tem gosto de cachaça! - diziam todos. E eu praticamente bebendo o batom pastoso. Saí do jornal direto para o bar alternativo: o gloss não saia da minha mão.
A galera no bar começou a chamar-me "cachaceira", vejam vocês. Mas todo mundo pedia um poquinho e degustava o cosmético com a língüa. Quando percebi que estava 'quase' tonta. Pensei: - foi a mistura, to bebendo cerveja e passando gloss de caipirinha! - -Será que tem alguma 'coisa' nesse gloss? Não sei, ele tá aqui na minha frente. Estou no jornal, mas o gostinho que está na minha boca coloca minha cabeça lá no bar. Não sou TÃO cachaceira, gosto mesmo de cerveja, mas o gloss de caipirinha...hhhhmmmm! Pena que tá acabando.
Ah... Comprei um gloss de caipirinha.
quinta-feira, janeiro 05, 2006
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