Do outro pobres
Fronteira ilusória
Para seres iguais
Iguais na vida
Iguais no mundo
Igualmente efêmeros
Ante o universo
Morrem todos jovens
Porém passam os dias
A cultivar vaidades
A acumular riquezas falsas
Como economistas loucos
A acumular estrelas
Na vã esperança
de um dia possuí-las
Medíocres
Passam
Tão cedo passam
As estrelas ficam
A beleza fica
Fica a memória
Do que aqui fomos
Enquanto cá estou
Prefiro olhar a beleza
que cada rosto carrega
Prefiro olhar a riqueza
que cada história consagra
A você que não pensa assim
Não quero junto de mim
Não quero olhar o mundo
com as falsas lentes
que seu dinheiro comprou
Quero olhar para o outro
Como o humano que sou
(Palavras derramadas na tela, enquanto pensava sobre a ignorância de quem se julga melhor que o outro só porque pagou para estudar. Só porque se veste com panos caros, só porque pensa que pode comprar as estrelas. A estes, piedade.)