Impulsiva, nunca achei difícil abrir portas
Quando meu coração se converte em Corisco,
difícil é mantê-las fechadas
Tamanha é a força dos ventos que me movem
que não há porta que fique fechada!
Mas depois, quando vem a calmaria
E chega a hora da marcha estradeira
Das inevitáveis despedidas
Sigo, deixando as portas abertas
Como é difícil fechar portas.
Umas mais que as outras.
Romper ciclos
Seguir sem olhar para trás
Vez ou outra quando o presente esfria
O coração amorna
É bom saber que há para onde correr
Onde estão encontros que trazem novamente
movimentos e intensidades
É bom e (tão egoísta) ter possibilidades
Um caminho, um vício
Um vício que agora,
No findar do meu quinto setênio,
Me traz incômodos
E revela importantes contradições
É difícil perceber os ventos que arrebatam meu coração
quando tantas portas estão abertas
E, apesar de não saber se as quero fechadas
Tomo uma distância para observar
Sem julgar
É desafio
Mas agora preciso desfrutar do silêncio
para potencializar a escuta
Recolher meus fragmentos
Me reconhecer inteira.
Lillian