quinta-feira, novembro 04, 2010

Meu protesto e as palavras derramadas

De um lado ricos
Do outro pobres
Fronteira ilusória
Para seres iguais
Iguais na vida
Iguais no mundo
Igualmente efêmeros

Ante o universo
Morrem todos jovens
Porém passam os dias
A cultivar vaidades
A acumular riquezas falsas
Como economistas loucos
A acumular estrelas
Na vã esperança
de um dia possuí-las

Medíocres
Passam
Tão cedo passam
As estrelas ficam
A beleza fica
Fica a memória
Do que aqui fomos

Enquanto cá estou
Prefiro olhar a beleza
que cada rosto carrega
Prefiro olhar a riqueza
que cada história consagra

A você que não pensa assim
Não quero junto de mim
Não quero olhar o mundo
com as falsas lentes
que seu dinheiro comprou
Quero olhar para o outro
Como o humano que sou

(Palavras derramadas na tela, enquanto pensava sobre a ignorância de quem se julga melhor que o outro só porque pagou para estudar. Só porque se veste com panos caros, só porque pensa que pode comprar as estrelas. A estes, piedade.)

13 comentários:

junior Valler disse...

Ótimo. Recado dado aos pequenos burgueses. Mas, quem somos para mudar suas opiniões. Nem quero.

Lillian Bento disse...

Nem é para ser um recado. É intimista, mais um desabafo poético e a manifestação de uma tristeza regada de alegria. Como contraditória espectadora da vida que sou. :*

Liana Aguiar disse...

É isso aí, Lillian. Parabéns por esse sincero *desabafo poético*... Beijos.

Anônimo disse...

Neste nosso mundo frenético, em que trabalhamos feito doidos, acumulando algo que nem sabemos bem o que é, é sempre bom tirar uns segundos do dia para ler este tipo de desabafo, Lilli. Nos faz lembrar que tudo é muito efêmero e que deveríamos deixar as coisas mais leves... tão leves que, por um instante, elas ficam bem claras, quase transparentes!

Não importam aqueles que não querem ver. Eles não vão ver nunca.

Lillian Bento disse...

É fato, Ma. Não vão ver nunca, mas isso realmente não importa. Só escolhi ficar longe de tai seres. QUero sentir essa leveza no meu viver.

Beijão

Gabriela Cardoso disse...

muito bom!

Humberto Dib disse...

Excelente blogue, Lillian, cheguei por acaso mas gostei muito. Se quiser pode dar um pulinho pelo meu.
Um abraço.
Humberto.

www.humbertodib.blogspot.com

Anônimo disse...

Thanks :)
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jorgil disse...

Entrei no seu blog por acaso. Só pelo poema que encontrei logo a abrir, fiquei fan. Vou seguir. Felicidades!

Lillian Bento disse...

:) Valeu Jorge, fui lá conhecer seus blogs tbém! obrigada, bjos

Rafael disse...

Igualmente efêmeros e iguais por natureza, assim somos nós!

Belas palavras!Parabéns pelo blog!

Flávia disse...

lindo poema Lillian, espada fina na egoísmo humano.

meperdidemim disse...

Gostei imensamente