domingo, setembro 13, 2009

Hipérbole

Da última vez que havia decidido parar de escrever aqui - mais ou menos em fevereiro de 2008 - o motivo era uma tristeza momentaneamente sem solução. Depois segui para um momento de transição e para outro de muitas alegrias. Parei de escrever porque estava feliz.

Agora entre as alegrias e as tristezas encontro refúgio nos momentos de reflexão. Nada é linear, nem sentimentos ruins, nem os bons. Ainda bem, pois ninguém aguentaria uma vida idiotamente feliz ou uma mergulhada em tristezas. Passadas as justificativas, que escrevo mais para mim mesma que para os possíveis leitores, volto a escrever para racionalizar a vida...

Eu sou uma hipérbole. Ora demasiadamente alegre, ora inutilmente triste. Nesse jogo de extremos, percebi que pequenas coisas que incomodam e são ignoradas - talvez para adiar esse momento de reflexão - tornam-se grandes em determinado momento. Como pequenos átomos que se unem para explodir de repente, estou agora. Tudo por uma pequena, talvez insignificante decepção. Descobri então, que mudei de fase. Antes estava com Cazuza quando ele diz que as mentiras sinceras interessam e até escrevi isso aqui no blog alguns anos, meses ou semanas atrás. Agora não mais! Descobri que quero me jogar na vida me despindo das pequenas ilusões.

O problema é que por consequência, passo a esperar isso das pessoas. O que é um erro. Eis a grande dificuldade de amar - se entregar, sem saber onde está caindo! Sem saber o que receberá de volta. Talvez a própria existência seja o aprendizado e a trajetória se encarregue de dar as lições. Por hora, carrego as incertezas e as dúvidas, que ainda conseguem ferir sentimentos e trazer dificuldades. Que até seriam pequenas, não fosse eu mesma uma hipérbole.