segunda-feira, outubro 31, 2016

Origami

Pouso, em vão, a caneta no papel
Há seis meses as letras borradas
Há seis meses, recolhidos no escuro,
meus olhos se aquietam
pouco enxergam, muito veem

Imersos em descobertas interiores,
meus pensamentos imprecisos
desejam ganhar o papel
Em vão.

Seguem aprisionados e na escuridão
buscam entender as novas descobertas
Muito vejo, pouco digo
Estranha sensação!

Lá fora o mundo parece igual
Ouço  o tintilar dos copos
O burburinho das ruas
O acariciar dos corpos
Aqui dentro...

Bem,
As palavras seguem insuficientes
Do papel faço um origami




sábado, julho 02, 2016

(re)conhecendo-me

Houve um 'quando' em que de olhos fechados eu não via
Houve um 'onde' em que de ouvidos tapados eu me escondia
Agora, recolhida na escuridão e no silêncio, vejo e ouço com inigualável clareza
Daqui desse quando e onde tão íntimos me conheço e reconheço
com apreço e uma incipiente serenidade
Cada dia e cada noite são mais meus
Cada cor e cada som são mais sentidos
O corpo se abre a novas experiências
Porque a experiência reconhece meus novos 'eus'.








terça-feira, maio 03, 2016

Falhou. Estou cansada.

Falta plural na fala
Falta plural na escrita
Faltam debates plurais.
Em vez de somar, o plural irrita
E nessa falta de ajuste entre plurais e singulares
'As conversa' são dispersas e os diálogos suprimidos
O que sobra mesmo é só desânimo...
... esse lugar de onde agora escrevo.