quinta-feira, dezembro 21, 2006

O vazio dos últimos dias de dezembro

Todos os dezembros que vieram depois de meus 20 anos são iguais: melacólicos. Assim como em aniversários fico tomada de nostalgia e passo a refletir sobre o que vale ou não à pena na vida. Me entristeço com o balanço quase sempre negativo de ter dedicado a maior parte do meu tempo à coisas, pessoas e situações que seriam melhor se não existissem. Me irrito também com o impulso consumista que toma as pessoas e, o pior, reconheço que tenho esse defeito, mas em outras épocas do ano. No 12º mês não gosto de ir à centros comerciais, shoppings, então, detesto. Me sinto incomodada ao tentar entender o tal significado do natal, se formos adotar a definição cristã, sou obrigada a concluir que a maioria das pessoas são hípócritas quanto à festa.

Além do comportamento alheio, me incomoda o meu próprio. Tenho uma mania, quase uma compulsão, por analisar quem sou, para que estou e a que vim. Adianta? Não. Sempre conclusão de que não somos mais que uma piada de Deus, como bem definiu meu amado Paulinho Moska. Então porque algumas pessoas agem como se fossem mais que isso? Neste final de ano, em especial, carrego uma decepção acentuada com o ser humano e as razões que motivam o agir das pessoas. Situações me levaram à desilusão com outros seres e comigo também.

Gostaria de me tornar uma narradora-observadora da vida no período que vai de 15 de dezembro a 1º de janeiro. Enxergar o mundo sem me sentir inserida neste processo de final de ano, que sem maiores explicações que as acima, me incomoda.

sexta-feira, dezembro 15, 2006

Dos colores: Blanco y negro

Nuestra primera intención
era hacerlo en colores
una acuerela que hablara
de nuestros amores

Un colibri policromo
parado en el viento
una canción arco iris
durando en el tiempo

El director de la banda
silbando bajito
pensaba azules y rojos
para el valsecito

Pero ustedes saben señores
muy bien como es esto
no nos falló la intención
pero si el presupuesto

El blanco y negro
esta canción
quedó en blanco y negro
con el corazón
en el blanco y negro
nieve y carbón
en blanco y negro
en technicolor
pero en blanco y negro

Fuimos quitando primero
de nuestra paleta
una mirada turquesa
de marco violeta

Luego el carmín de las flores
encima del piano
una caída de sol
cuando empieza el verano

(Jorge Drexler)

quarta-feira, dezembro 13, 2006

Não somos mais que uma gota de luz

Gente, tanto tempo sem postar aqui e tantas acontecimentos movimentaram minha vida. Primeiro fiquei sem escrever porque estava em meio à turbulência da cobertura de política nas eleições, depois o pós-eleitoral, sucessão na Assembléia Legislativa e Câmara de Vereadores. Chegava em casa super tarde, pregada, sem a menor possibilidade de encarar outro computador para escrever neste espaço. Mas agora o faço em meio a uma turbulência de sentimentos que me fizeram pensar o quanto as situações são vulneráveis. Como tudo muda e quando percebemos a configuração é outra.

As mudanças que invadiram minha vida nos últimos dias foram no trabalho. No começo fiquei um tanto chateada e tal. Depois percebi que "tudo se compõe e se decompõe", como ensina o meu mestre Paulinho Moska! Mas é verdade, as mudanças são tantas que é bobagem acreditarmos que tal ou qual espaço é nosso. Fui repórter de Cidades, área pela qual tenho absoluto tesão, adoro porque abre espaço para grandes reportagens. Sai. Depois fui para Política, área em que aprendi muito, principalmente na apuração e na arte de escrever com agilidade, e que me apaixonei também. Mas agora mudei de novo e assim será sempre na vida.

A Marina Mercante (minha super amiga que amo) sempre me diz: Calma, tudo se encaixa e temos uma incrível capacidade de superar, de nos adaptarmos. Verdade, Ma. E o Moska diria:
Calma, tudo está em calma
Deixe que o beijo dure, deixe que o tempo cure.

E como não podia deixar de ser, a vida não pede licença e muito menos desculpa e o perdão é que possibilita o nascimento da culpa.

Sei que este texto ficou confuso. É que abriga a confusão de idéias que está agora em minha cabeça. O certo é que não somos mais que uma gota de luz, uma fagulha tão só na idade do céu.

quarta-feira, dezembro 06, 2006

MEU PENSAMENTO NÃO QUER PENSAR


Meu pensamento não quer pensar
ele está com preguiça de se levantar
Depois de um sono tão profundo
é duro acordar e ver que no mundo
tudo é novidade, mas eu já conheço
Então volto a dormir que é pra ver
se me esqueço

Que meu pensamento não quer pensar
e para apreender eu vou ter que apanhar
pois só assim que o ser humano evolui
Só assim serei o que nunca fui
Tudo é tão velho e eu ainda nem nasci
O tempo nunca passou e eu nem percebi

Que o meu pensamento não vai pensar
enquanto eu não fizer seu coração vomitar
toda a consciência que não o deixa em paz
com os mesmos padrões de séculos atrás
com as mesmas paixões por coisas
absolutamente banais.

(MOSKA)

segunda-feira, novembro 13, 2006

Quase nada

De você sei quase nada
Pra onde vai ou porque veio
Nem mesmo sei
Qual é a parte da tua estrada
No meu caminho

Será um atalho
Ou um desvio
Um rio raso
Um passo em falso
Um prato fundo
Pra toda fome
Que há no mundo

Noite alta que revele
Um passeio pela pele
Dia claro madrugada
De nós dois não sei mais nada

Se tudo passa como se explica
O amor que fica nessa parada
Amor que chega sem dar aviso
Não é preciso saber mais nada


(Zeca Baleiro)

quinta-feira, novembro 09, 2006

Meu desejo...

Tenho o corpo cansado de sambar noite e dia
Perguntei ao coração
Se queria descansar
Ele disse que não
Que não, que não queria...

Cansado de Sambar (Assis Valente)

domingo, novembro 05, 2006

À flor da pele (despertamentos)

Em meio à tantas especulações
Alguns acontecimentos ruins
Eis que algo direciona o olhar
O pensar e o sentir...
Faz querer experimentar
Com o corpo e com a alma
Sensações diferentes
Que fervilham em sincronia profunda (L.B)

terça-feira, outubro 24, 2006

Gozo sonhado

Gozo sonhado é gozo, ainda que em sonho.
Nós o que nos supomos nos fazemos,
Se com atenta mente Resistirmos em crer
Não, pois, meu modo de pensar nas coisas,
Nos seres e no fado me consumo.
Para mim ê-lo. crio tanto
Quanto para mim crio.
Fora de mim, alheio ao em que penso,
O Fado cumpre-se.
Porém eu me cumpro
Segundo o âmbito breve
Do que de meu me é dado.

(Ricardo Reis - heterônimo de Pessoa)

domingo, outubro 22, 2006

A Notícia BOA

Por força do ofício, vivo à procura de notícias. E nesta nem sempre grata tarefa, tive ontem a melhor notícia de todos os tempos. Do site do moska:

TUDO NOVO DE NOVO: EM BREVE O CD NAS LOJAS

10/10/2006

O CD TUDO NOVO DE NOVO será distribuido pela SOM LIVRE e em breve estará novamente nas lojas.
O álbum inclui agora as versões em espanhol de LÁGRIMAS DE DIAMANTES e PENSANDO EM VOCÊ.

sexta-feira, outubro 20, 2006

...

Para onde essa onda vai. De onde essa onda vem. Algumas trazem frescor, perfumes e boas energias. Outras nos levam para o olho do furacão e nos dão consciência de que estamos no barco sem o menor controle. A nós nos é dado tão só a oportunidade de pensar sobre o que passou e tentar buscar o ponto exato em que tudo se perdeu. Na tentativa incansável de fugir da destruição total.

Olho agora para o passado na tentativa buscar esse momento, esse limiar que antecedeu o momento em que me vi no olho do furacão. Me agarro a qualquer aparente oportunidade de escapar. Em vão. Nesses momentos não adianta olhar para o lado, pouquíssimas mãos estão estendidas e as que estão não conseguem me alcançar.

quarta-feira, outubro 18, 2006

Do fundo do baú

Gente, hoje depois de tanto tempo sem escrever, não pude resistir e venho aqui expressar minha nostalgia ao lembrar de minha infância. Hoje no orkut me deparei com uma comunidade que nunca imaginei existir, a da dupla sertaneja Orfeu e Menestreu.
Sim, sim. Quem me conhece sabe que eu ODEIO o ritmo pobre (minha opinião, hehehe) da música sertaneja. Mas os caras dessa dupla eram amigos do meu pai. O primeiro meu padrinho, que desde meus dez anos de idade nunca mais ouvi falar. São de Jataí. E como ser de Goiás sem ter algo de sertanejo na história, nem que seja lá no comecinho da vida, como é meu caso.

Mas foi muito legal, minha reação. Levei um susto e ao mesmo tempo senti alegria por ter a comunidade como referência. Putz, lembrei de vários momentos de minha infância, das festas que rolavam em minha casa com a presença da tal dupla. Me lembrei até que o Orfeu (que nem lembro mais o nome verdadeiro) era minha paixãozinha platônica. Eu com meus cinco anos de idade. Sempre gostei dos amores impossíveis! hahahahaha.. Ô vida! Ao ler a letra que da música que a mediadora da comunidade postou, lembrei de toda a melodia e me vi pequenininha de shortinho amarelo e blusinha do cascão (turma da Mônica) sentada no quintal cantando. Foi lindo! Nunca pensei sentir alegria ao me deparar com uma música de dupla sertaneja, mas não posso negar minha nostalgia.


Além do mais, li com cuidado os versos e, uns dezoito anos depois, percebi que é uma letra bela. Posto a abaixo, com saudades ternas de minha infância que os anos não trazem mais!

“A lua é testemunha
Que o âmago da alma
Embuido de calma abraça uma saudade põe-se a cantar
Estrelas cintilantes
Que dançam céu à fora
Refletem na viola a sensibilidade de quem sabe amar
As mãos às vezes tensas
Se apegam uma à outra
Procuram controlar memórias amorosas que o tempo atiçou
As marcas do passado amargam minha mente
De forma comovente, fiz triste a canção e a noite chegou

Sozinho na noite feito um vagabundo e louco de amor
Faço das janelas meu palco de show
Me escolho, me humilho e canto o que sou
Um caso perdido um amante da lua
Um incompreendido, um lixo da rua
É que sou poeta e poeta é louco
Tem amor demais, tem de tudo um pouco...”

quinta-feira, setembro 14, 2006

11 anos de vazio

Lillian Bento  

Hoje faz 11 anos que não tenho mais o meu pai por perto. 14 de setembro de 1995, uma data que ficou registrada em preto e branco na minha memória. Um dia como outro qualquer, mas que a vida reservou para ser um daqueles que nos mostra a fragilidade e pequenez nossa existência. São onze anos de vazio, um vazio de não saber como teria sido ter meu pai por perto quando tive o primeiro namorado, quando passei no vestibular, quando estreiei no Teatro Goiânia e depois comecei a percorrer o País com o teatro. 

Um vazio de não saber qual seria a reação dele ao ver a filhinha, tão querida, grávida com apenas 19 anos. E um imenso vazio de não saber se seria tão carinhoso e mimaria tanto minha Maria quanto fez comigo enquanto pôde. 

Em minh'alma tenho a certeza que sim, afinal como amava crianças o meu pai. Na verdade penso até que exagerou nos mimos que dedicou a mim, mas é como se soubesse que passaria apenas 12 anos a meu lado e precisasse deixar claro o amor. Amor esse que sempre compartilhamos em uma relação linda. Como esquecer que ao chegar do trabalho, tirava os sapatos e pedia para que eu me sentasse no sofá, recostava a cabeça no meu colo e me pedia sempre para fazer "cafuné". 

Como esquecer da páscoa em que chegou com um ovo de chocolate maior que eu de presente. Como esquecer das viagens e do diário que escrevi aos sete anos de idade para contá-las. É, foram apenas 12 anos, mas muito bem vividos. Problema houveram, decepções também (como não?). Mas não representam sequer um milímetro perto do imenso amor que o dedico em meu coração. Nem sei como seria se o tivesse aqui hoje. Prefiro não pensar a respeito e ter as lembranças sempre dóceis e engraçadas de quem era meu pai. Antônio de Souza Neto. Um homem muito divertido. Boêmio por natureza. 

Amava a rua e as pessoas, aliás sempre lembro de meu pai cercado de pessoas. Recordo dos churrascos que promovia em nossa casa e que reunia amigos até a manhã seguinte. Penso que "herdei" dele o gosto pela rua e até alguns aspectos de minha vida profissional. Meu pai não era jornalista como eu, mas o seria fácil se assim tivesse pretendido. Era um comunicador por natureza e de um humor sarcástico, característica importante ao bom jornalista.  

Pai, terá sempre meu amor e minhas melhores lembranças. Só de uma coisa consigo me arrepender ao lembrar de ti, que é do fato de ter tido sempre um gênio tão difícil e um certo bloqueio de dizer claramente às pessoas que amo, o quanto as amo. Não me lembro das vezes que te disse um bom e sonoro "eu te amo". Mas sei que sempre soube de meu amor, e isso me conforta um pouco. De toda sorte, agora digo em meus pensamentos a ti direcionados o quanto amo. E sei, que o verdadeiro amor está além de tudo, inclusive da morte. "Tudo passa, só o amor fica e é eterno e imortal."

sexta-feira, setembro 08, 2006

Virtual(mente)

Hoje minha vontade é outra!

De onde vim? Pra onde irei? Não sei
Já nem sei no que vai dar
Nossa paisagem nova, pop filosofia

quarta-feira, agosto 30, 2006

Os dissabores da reportagem - um dia na cobertura do caso Osvaldo Pereira

Vida de repórter nem sempre é fácil, mas existem casos extremos, viu! Tenho sido responsável pela cobertura do caso Osvaldo Pereira (leia o texto abaixo) e, naturalmente, minhas reportagens tem incomodado o candidato envolvido, que por duas vezes disse, por telefone, que tenho sido "cruel" com ele. Quero, primeiro esclarecer que trabalho de a Lei de Imprensa (5.250/67) que garante a liberdade de expressão, e depois na minha função de repórter, reporto os fatos e versões das fontes. Por isso, convido o leitor deste blog a acessar as matérias publicadas no jornal sobre o caso. A primeira "Candidato à venda" fala sobre o flagrante do Fantástico e as implicações legais da atitude do candidato. A segunda "Justiça tira Osvaldo do ar" mostra a atuação do Ministério Público Federal e do Tribunal Regional Eleitoral frente à atitude do candidato. A terceira "Osvaldo fecha comitê" mostra a atitude do candidato diante da pressão que tem sofrido. E a quarta leia na edição de amanhã (31 de agosto) no Diário da Manhã.

O fato é que, ao se sentir ofendido pela cobertura do caso, o governadoriável perdeu a cabeça ontem ao me encontrar (de novo) no Ministério Público Estadual (MPE) para fazer cobertura de outras irregularidades do candidato ainda da época em que fora diretor do Procon municipal. Osvaldo fez ameaças sutis e, visivilmente perturbardo, disse que poderia processar o jornal e a mim pela cobertura. Ora, processar por tentar reportar à população as versões da sucessão de fatos podres que vieram à tona depois da exibição do Fantástico?
O acusado ficou ainda mais nervoso ao perceber a presença do repórter fotográfico que me acompanhava no trabalho. "Não quero aparecer, esse ai veio aqui a mando daquela lá (eu)". Não, não mesmo, meu caro candidato, nós dois estávamos ali no exercício de um trabalho digno e honesto.

Mas o pior, foi no momento em que deixou a sala onde prestava depoimento sobre cinco crimes de que está sendo acusado. O GOVERNADORIÁVEL dirigiu-se à mim e disse: "Você está contra mim, é uma carniceira."
E é por isso, por essa última frase ofensiva proferida na presença do repórter fotográfico que escrevo neste espaço. Para dizer que não trabalho contra esse ou aquele. Os fatos estão contra tal candidato. Escrevo também para dizer que o trabalho da imprensa precisa ser respeitado e que a sociedade deve estar atenta a qualquer tipo de tentativa de limitar, o já tão limitado, trabalho da imprensa.

Até entendo o Osvaldo, que disse que não gostaria de ser fotografado, de aparecer como acusado. No lugar dele eu não iria querer aparecer nem no Fantástico (hihihihi). Mas, confio na justiça (claro que com um pé atrás) e confio ainda mais na atuação do Ministério Público. E que venha a tão sonhada reforma política que o Brasil tanto necessita. Enquanto isso, nunca torci tanto para que essas legendas de aluguel fiquem retidas na Cláusula de Barreira este ano. Apesar de insuficiente, seria uma tentativa real de põr fim às barganhas, negociatas, aluguel de mandatos e práticas afins, como uma vergonhosa tentativa de vender espaço no horário eleitoral GRATUITO.

(Lillian Bento)

Osvaldo Pereira

Creio que como grande parte dos eleitores brasileiros, me senti agredida ao assistir a edição do Fantástico de domingo, dia 27 de agosto, que mostrou o candidato ao governo de Goiás, Osvaldo Pereira (PSL) tentando vender o espaço que tem no horário eleitoral gratuito. Aliás, gratuito para ele e para os demais candidatos, porque ao cidadão brasileiro a propaganda obrigatória custará ao final cerca de R$ 190 milhões. Dinheiro advindo de cada gota do meu suor e de tantas outras pessoas nos impostos pagos. E que Osvaldo Pereira, simplismente tentou negociar na tentativa de lucrar R$ 1 milhão e 300 mil e obter vantagens pessoais.

O candidato teve ainda a ousadia de dizer que faria a negociação por ser "dono do partido". E disse em alto e bom som: "comprei o partido, porque no Brasil partidos emergentes a gente compra." Sinceramente, nunca torci tanto para que muitos desses nanicos fiquem retidos na cláusula de barreira. Mas sei que não é suficiente para acabar com a proliferação de políticos como Osvaldo Pereira, que diz a quem quiser ouvir que será "o governador da educação" e não mostra o mínimo de cortesia com o povo brasileiro.

Antes de qualquer reforma na educação, o Brasil precisa de uma efetiva reforma política. Uma mudança capaz de matar desse sentimento de impotência que agora compartilho com meus irmãos de pátria. Pelo menos, neste tenho esperança de que a justiça eleitoral puna efetivamente. E me sinto melhor quando penso que na tentativa de vender horário nobre, Osvaldo Pereira foi flagrado em horário nobre para o Brasil inteiro ver e se indignar. (L.B)

quinta-feira, agosto 10, 2006

A (viagem) gota d'água e o filme de consolo

Só precisava mesmo de uma gota d'água para desaguar em prantos. Tive um dia repleto de lágrimas. Lágrimas de um choro há muito contido, que começou de manhã após a viagem da pequena Maria e se completou no cinema, à noite, enquanto assistia ao filme Zuzu Angel.

Há algumas semanas tenho pensado sobre como tem muita coisa fora do lugar na minha vida. Mas na tentativa de adiar algumas reflexões aparentemente necessárias, tentei reprimir tais pensamentos e os rebatia com o argumento: "e quem determina os lugares certos para as coisas". Mas hoje não deu, tem muita coisa fora do lugar mesmo, ainda que não saiba ao certo quais são os lugares adequados.

Depois de uma noite péssima, acordei com a difícil missão de me despedir da Maria, que se preparava para sua primeira viagem sem mim. Ela ainda dormia, quando comecei a tomar as providências finais para a partida e organizava a pequena mala colorida. Tudo pronto, me despedi com um nó imenso na garganta. Disse "eu te amo, vou sentir saudade. Você me liga?"

E ela respondeu "também te amo. Mas só vou ligar se eu sentir saudade, tá?" Foi tão espontânea, que respondi decepcionada: "tá". Após um longo abraço seguiram viagem. Maria (toda feliz em sua cadeirinha rosa de auto), meu padrasto e minha mãe. Subi. Dormi um pouco mais, até a hora de me aprontar para ir trabalhar.

Antes, pensei. Pensei sobre mim, as pessoas e situações que me cercam. - Puxa, como deixei a vida me levar. Como tudo parece fora do lugar. Dividi a vida por aspectos para analisar melhor, mas o resultado foi pior. Decepção. Se considerasse uma pontuação de zero a 10, teria o seguinte quadro:

Vida profissional: 3 Sentimental: 0,5 Financeira: 0,8 Familiar: 5

Números negativos. Senti vontade de chorar. Dormi.

À tarde, no jornal, lembrei da Maria. Ainda não havia me ligado, talvez na empolgação da viagem não tivesse ainda tempo para sentir saudades. Comecei a trabalhar. Outros problemas relativos aos aspectos acima notificados. Não pude conter o choro. Algumas pessoas perceberam. Disse que chorava de saudade da Maria. E de algum modo era também.

É estranho. Em dias como hoje me sento alheia ao mundo e às pessoas. É como se estivesse fechada para balanço. As pessoas falam comigo, mas a sensação é de ouvir ruídos. Caminhavam e eu eu só percebia vultos. Concentração mesmo, só na hora de apurar os fatos e escrever. Depois flutuava, como quem observa para ver os passos errados e dizer "volte, não é por aí".

E como se isso fosse possível, tive vontade de ficar só. De correr, de fugir. Não o fiz, claro. Esperei. Mas ao terminar minha matéria pensei em ir ao cinema. Era tarde, 22 horas, fui. Sozinha. (É raro sentir vontade de ficar sozinha, mas ontem precisava) Em minutos estava no shopping, cheguei nos trailers e tive dificuldades para encontrar um bom lugar. Achei, mas quase tropeço em um casal de adolescentes, que literalmente se pegavam dentro do cinema. Senti raiva, é claro. Por que não procuraram um motel, porra? Mas a presença pegajosa e incômoda do jovem casal ao lado tornou-se insignificante logo às primeiras cenas do filme.

Assistir a história daquela mãe, que ao perder o filho reorienta toda a vida para alcançar justiça e conviver com o sofrimento, me fez perceber (mais uma vez) que aos 23 anos de idade já tenho o que na vida me fará mais feliz: a Maria. Claro, que sofro diante de minhas decepções e anseios com as outras áreas da vida. Mas percebo que quando sofro porque a responsabilidade de ser mãe limitou meus passos, o faço sem causa. Porque se não tivesse hoje a Maria, acabaria tudo que tem sentido.


Para mim, Zuzu é a prova de que para uma mãe felicidade está no sucesso dos filhos. Não há maior fã e pessoa detentora de maior amor. Não vou contar a história, até porque recomendo que todos assistam, mas ser capaz de mudar tudo por uma pessoa é incrível. E esse belo sentimento, um tanto egoísta (de achar que só seu filho é tudo) tenho em mim. Chorei ainda mais de saudade da Maria, que não me ligou.

Não deve ter tido tempo de sentir saudade. Mas eu liguei (quatro vezes). Ela só quis falar comigo uma. É assim, ser mãe é ter o mais belo dos sentimentos. Amar sem esperar mesmo NADA em reconhecimento.

Ao final do filme e após ter chorado o dia todo, percebi que os outros problemas me incomodam sim. E incomodarão enquanto não resolvê-los, um a um. Mas o alento de saber o que é amar de verdade eu tenho. A Maria me deu.

quarta-feira, agosto 09, 2006

Apropriação devida: Alguém

Desde o começo do dia ela espera acabar com sua dor. Alguma luz que apague as feridas da noite anterior. Quando a vida enfim parecia lhe ter dado a chance de abraçar o amor, ele fugiu pela porta no fim do corredor. Seus olhos secos esperam a lágrima cair, mas ela não vem. Sua própria voz lhe pediu para agir com sangue frio, mas ela não tem.

E agora procura sua alma perdida no corpo não sabe de quem e em sua cabeça ela começa a gritar, mesmo não tendo ninguém pra escutar.

- Onde andará meu amor, que me deixou sem me avisar quando ou se vai voltar pro lugar que escolheu, para ser meu. Mesmo que cedo ou tarde ele torne a me abandonar.

Todos na rua parecem saber dos detalhes do que aconteceu e mesmo tão nua, ela encara sem medo os olhares que lhe dizem adeus. Pois pra quem já perdeu o que tinha quando decide partir já venceu.

Quero ser ombudsman de mim...

"...o sol tão claro lá fora,
o sol tão claro, Esmeralda,
e em minhalma — anoitecendo."

(Manuel Bandeira)

quarta-feira, agosto 02, 2006

Do amor...

Não falo do AMOR romântico, aquelas paixões meladas de tristeza e sofrimento.
Relações de dependência e submissão, paixões tristes.
Algumas pessoas confundem isso com AMOR.
Chamam de AMOR esse querer escravo,
e pensam que o AMOR é alguma coisa que pode ser definida, explicada, entendida, julgada.
Pensam que o AMOR já estava pronto, formatado, inteiro, antes de ser experimentado.

Mas é exatamente o oposto, para mim, que o amor manifesta.
A virtude do AMOR é sua capacidade potencial de ser construído, inventado e modificado.
O AMOR está em movimento eterno, em velocidade infinita. O AMOR é um móbile.
Como fotografá-lo? Como percebê-lo? Como se deixar sê-lo?
E como impedir que a imagem sedentária e cansada do AMOR nos domine?

Minha resposta? O AMOR é o desconhecido.

Mesmo depois de uma vida inteira de amores, o AMOR será sempre o desconhecido,
a força luminosa que ao mesmo tempo cega e nos dá uma nova visão.
A imagem que eu tenho do AMOR é a de um ser em mutação.
O AMOR quer ser interferido, quer ser violado, quer ser transformado a cada instante.

A vida do AMOR depende dessa interferência.
A morte do AMOR é quando, diante do seu labirinto, decidimos caminhar pela estrada reta.
Ele nos oferece seus oceanos de mares revoltos e profundos, e nós preferimos o leito de um rio, com início, meio e fim.
Não, não podemos subestimar o AMOR, não podemos castrá-lo.

O AMOR não é orgânico. Não é meu coração que sente o AMOR.. É a minha alma que o saboreia.
Não é no meu sangue que ele ferve. O AMOR faz sua fogueira dionisíaca no meu espírito.
Sua força se mistura com a minha e nossas pequenas fagulhas ecoam pelo céu..
...como se fossem novas estrelas recém-nascidas. O AMOR brilha.
Como uma aurora colorida e misteriosa,
como um crepúsculo inundado de beleza e despedida,
o AMOR grita seu silêncio e nos dá sua música.
Nós dançamos sua felicidade em delírio porque somos o alimento preferido do AMOR,
se estivermos também a devorá-lo.

O AMOR, eu não conheço.
E é exatamente por isso que o desejo e me jogo do seu abismo,
me aventurando ao seu encontro.
A vida só existe quando o AMOR a navega.
Morrer de AMOR é a substância de que a Vida é feita.
Ou melhor, só se vive no AMOR.
E a língua do AMOR é a língua que eu falo e escuto.


Por Moska

Árvores alheias

Segue o teu destino,
Rega as tuas plantas,
Ama as tuas rosas.
O resto é a sombra
De árvores alheias.

A realidade
Sempre é mais ou menos
Do que nós queremos.
Só nós somos sempre
Iguais a nós-próprios.

Suave é viver só.
Grande e nobre é sempre
Viver simplesmente.
Deixa a dor nas aras
Como ex-voto aos deuses.

Vê de longe a vida.
Nunca a interrogues.
Ela nada pode
Dizer-te. A resposta
Está além dos deuses.

Mas serenamente
Imita o Olimpo
No teu coração.
Os deuses são deuses
Porque não se pensam.

Queria a vida fosse sempre assim, como canta acima Ricardo Reis. Viver sem dar importância ao que não tem, sem se importar com o que é sombra de árvore alheia. E melhor, viver sem ter ninguém de olho na sua sombra. É... mas não tem jeito, alheio ao que penso, o fado cumpre-se!

Flores que colho, ou deixo...

O verso de meu heterônimo dileto de Fernando Pessoa, o sempre adorado Ricardo Reis, que intitula meu blog entrou em sintonia com meus conturbados sentimentos neste dia 01 de agosto. Seguem os versos que falam mais ao coração que aos olhos, afinal de nada vale uma paixão distanciada da poesia... E deixo aqui voltar à tona minha personalidade Lídia, que conhece quem aprecia R.R. Afinal a vida é feita das flores que colho, ou deixo...

Flores que colho, ou deixo,
Vosso destino é o mesmo

Via que sigo, chegas
Não sei aonde eu chego.

Nada somos que valha,
Somo-lo mais que em vão.

terça-feira, agosto 01, 2006

E se um dia tudo faltar.... haverá sempre um anjo para me amparar.

E mesmo que um dia me falte tudo haverá sempre o sorriso de um anjo para me confortar. Pensei isso ao chegar em casa depois de um dia tipicamente estranho como hoje. Acordei muito feliz: A Maria se preparava para a volta às aulas a felicidade dela é sempre contagiante. Mas a alegria parou ali. Ao deixá-la na escola precisei atravessar a rua e para minha grande surpresa, fui atropelada na faixa de pedestre. Estou bem, ou melhor inteira, mas a sensação é das piores. Passei o dia tensa e com dores no corpo, mas não deixei de trabalhar. No jornal tive um dia produtivo, mas estranho. E as dores aumentavam.

Saí do jornal por volta de 22 horas. Em minutos estava na companhia confortante da pequena Maria. Ao encontrá-la outra surpresa (desta vez boa): ao me ver machucada ela virou-se de lado e chorou. "Eu fiquei triste porque você machucou", disse entre lágrimas sentidas e o abraço mais gostoso que há no mundo. Cansada comi alguma coisa, conversamos. Ela me contou da escola e de como ela conseguiu conversar com a Ester, "amiguinha" de quem ela não gosta tanto. "Não gosto da Esté, ela pegou minha flor um dia e jogou fora." Mas hoje ela superou isso e (seguindo meus conselhos) conversou e brincou com a coleguinha. Contou ainda da primeira tarefinha depois das férias e da recepção que a escola preparou.

Ouvi tudo como se escutasse música clássica. A voz mais linda me contava os feitos mais interessantes do mundo. Fomos dormir. Antes contei duas estórias "de livro", como prefere a Maria. E depois de todo o stresse de ter sido atropelada, fechei os olhos. Minutos depois abri com a certeza de que veria a pequena já adormecida. Mas para terceira surpresa do dia, vi que os pequenos olhos me observavam. Por alguns minutos ela vigiou meu sono e ao me ver abrir os olhos abriu um lindo e doce sorriso. E com magia plena me abraçou e encheu meu rosto de beijos. Os melhores do mundo. Naquele instante pensei: pode me faltar tudo, se sobrar esse sorriso meu mundo está completo.

O sorriso de anjo, do meu pequeno anjo. Não há atropelamento que me tire essa alegria e que abale esse amor.

domingo, junho 18, 2006

Jornalismo político

Ao receber o convite para integrar a equipe de política do jornal, senti medo, insegurança e saudosismo antecipado de minhas matérias sobre infância e adolescência que marcaram minha estada na editoria de cidades. Mas hoje, quase dois meses na cobertura de política e envolvida nas idas e vindas da pré-campanha, articulações para as alianças na majoritária e proporcionais e agora na campanha das ruas, sinto os primeiros passos de uma paixão que parece: será incurável. Os sentimentos que o jornalismo político me despertaram não parecem nada "bonitos" para olhares cristãos, mas para mim são envolventes e apaixonates. Tenho aprendido a duvidar mais, a pisar em ovos (com elegância), a chorar por não poder, a rir sem querer e me decepcionar. Mas a experiência é rica, traz maturidade profissional e vontade de ir sempre além, de querer mais e saber mais.

Semana passada tive a oportunidade de participar de um curso de capacitação para jornalistas para a cobertura das eleições 2006, oferecido pela Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo) e ANJ (Associação Nacional de Jornais). Ouvi Franklin Martins com a experiência de décadas no fazer do jornalismo político. Luiz Fernando Rila, chefe da sucursal do Estadão em Brasília. Este aliás me seduziu com a defesa do jornalismo cético por completo. Na cobertura de eleições desde o marcante ano de 1989, Rila conta as vantagens e desvantagens de não acreditar na política e no jornalismo para ser, assim, um jornalista político.


Mas sem dúvida a melhor discussão foi a dos blogueiros Guilherme Fiuza, do Política e Cia, Fernando Rodrigues, da Folha, e do encantador Jorge Bastos Moreno, do Globo. Senti que entro para a história do jornalismo, quando ela ganha um novo modelo, uma quebra de paradigmas com a apropriação do blog como ferramenta jornalística. Instrumento que redefine a construção do texto, dá as costas para a impessoalidade e imparcialidade e, sem dúvida, dá uma apimentada na cobertura das eleições de 2006.

Aliás, a minha primeira cobertura de eleições não podia ser mais apropriada. Este ano a mini-reforma política (Lei 11.300/06) pincelou a vontade de alguns de fazer a efetiva reforma e criou obstáculos a mais para importunar a prática de corrupção e abuso do poder econômico nas campanhas. Não são mudanças capazes de inibir a antiga e enraizada prática do caixa dois, mas são capazes de imprimir alterações com a proibição de outdoors e showmícios. Ao menos temos o prazer de ver candidatos perdendo peso com a prática intensiva de caminhadas e do famoso corpo-a-corpo com o eleitor.

Bom, dou a mim mesma as boas vindas ao mundo do jornalismo político, já com quase dois meses de prática. Que eu aprenda a ser mais e mais cética, a duvidar e continue querer sempre mais, mesmo diante da frustação de não alcançar nunca o ideal da isenção de interesses e da imparcialidade. Vamos às eleições e fiquem ligados na tv a partir do dia 15 de agosto, afinal faltam 30 dias para irmos às urnas.

terça-feira, junho 06, 2006

Cabelo Brancoooooo!!!!!!!!!!!!!

Juro que não sou do tipo que tem ataques de "histeria" por aí. Não mesmo. Mas segunda-feira, 5 de junho, tive um início de pânico quando a Janine mexia no meu cabelo e soltou a frase inusitada.

-Um cabelo branco.

-Ahhhhhhhhhhhhhhhhhh..... credo!

Minha reação foi absolutamente involuntária. O grito grave chamou atenção dos presentes, cerca de dez pessoas que guardavam o silêncio típico do local. Estavámos no cemitério. Senti-me envergonhada, disfarcei e fingi ter esquecido o fato.

Já na redação, tive um dia de turbulência. Daqueles em que as pouca coisa dá certo. Era deputado que não atendia telefone, senador que não dizia o que interessava, enfim... Mas a cada intervalo o fio prateado voltava a me tomar os pensamentos. O sentimento era de angústia.Queria me livrar daquele simples amontoado de queratina que carregava em si o peso da idade.

Exagerada

Acredito que não. É que o primeiro cabelo branco representa muito na vida de uma pessoa. Primeiro assusto porque em minha família as pessoas costumam demorar para ter fios brancos. Depois porque me assusta a idéia de a vida estara passando tão rápido e aparentemente fora de meu controle. O nascimento deste cabelo significa que tenho que apertar ainda mais o passo para correr atrás do que desejo.

Não haverá outra chance, assim como não haverá o nascimento de outro primeiro cabelo branco. Ai, lembrei do meu querido professor Signates que um dia depois de uma discussão do núcleo de pesquisa, me aconselhou a aproveitar mais o que de bom as escolhas que fiz me trouxeram. Ainda que meu ímpeto me levasse a somar apenas os prejuízos.

Na verdade tento ter paciência, pensar no tal "lado bom", e estava quase conseguindo. Até que veio esse cabelo branco aí para me pressionar. Ai, ai...

Ah, tem um problema: ainda não consegui me livrar do fio intruso que sumiu em meio aos meus adorados cabelos escuros. Por favor quem achar: denuncie!

quinta-feira, maio 25, 2006

Prêmi IGE de Jornalismo


Dia muito importante:final
do PrêmioIGE de Jornalismo
em São Paulo. Quis escrever
a respeito no blog outras
vezes,mas andei enrolada.
Vai agora uma foto legenda.

O novo desafia, mas não assusta...

Passei o dia na Redação segurando as lágrimas que teimavam querer rolar em minha face. Mas agora, na privacidade de minha casa e diante da cumplicidade de meu computador, permito que caiam desgovernadamente. E ainda que não quisesse não poderia mais conter, porque desagüam muito além de qualquer possível controle. Tudo reação à mudança da editoria de Cidades para Política. Não... não estou triste com o novo arranjo, quiçá desistimulada. Estou saudosista das pautas de educação, infância e adolescência que ainda nem deixei direito, mas que (como sempre) já sofro por antecedência por não mais fazê-las cotidianamente. O nó na garganta e o aperto no peito me levam a perceber que, na contramão de muitos jornalistas que perderam a esperança em fazer jornalismo social de verdade, eu ainda acredito.

E acredito por sentir-me realizada ao concluir uma pauta e sentir que pude ajudar alguém, que pude publicizar a história de pessoas que, de forma ou outra, foram beneficiadas com meu trabalho. Ainda lembro da primeira vez percebi o alcance benefíco de uma matéria minha ao contar a história do
Gabrielzinho, um bebê portador de doença rara que necessita de um leite especial e caro para sobreviver. As respostas dos leitores foram as melhores possíveis e vim a saber depois que a matéria rendeu grande ajuda ao pequeno. Tantas outras, como a matéria sobre educação inclusiva que foi finalista do Prêmio IGE de Jornalismo. Contou a história de dois garotos (Thiago e João Paulo) que superaram graves dificuldades da doença mental para estar na escola, um direito de TODAS as crianças e que tantas vezes é desrespeitado quando se trata de crianças portadoras de necessidades especiais. E realidade de desrespeito aos direitos infanto-juvenis, que indignada, contei em matéria sobre pedofilia na internet.

Até as histórias trágicas, mortes, indignação, injustiças, que mesmo tentando respeitar o princípio duvidoso da imparcialidade jornalística, foram por mim contadas carregadas e indignação e raiva. Outras vezes de esperança e medo, nas boas vezes que "ataquei" merecidamente pessoas. E fatos engraçados e curiosos, como a cidade cor-de-rosa do interior de Goiás. Foram nove meses. Nove meses de formada e nove meses na editoria de Cidades. Sentirei falta, tanto por crer no potencial de tal editoria no debate social, como por desejar contribuir muito no exercicío do jornalismo para a sociedade e em especial, muito especial, na área que tanto acredito e sou apaixonada: os direitos das crianças e adolescentes.

Outro motivo leva minhas lágrimas a rolarem sobre a face insistentemente é pensar sobre os colegas de Cidades. Pessoas a quem rendo homenagens e agradeço o aprendizado. (A essa altura pode estar pensando: meu Deus, ela só mudou de editoria! ... Eu sei, mas...). Warlem, que eu adoro e admiro como chefe, foi meu primeiro editor, meu primeiro chefe em uma redação e será sempre, sempre, sempre lembrado e querido. O Mac também foi grande chefe, com quem compartilhei bons momentos que marcaram minha entrada no jornalismo. Wanessa, a 'marida' querida.... pessoas com as quais terei a sorte de continuar convivendo, ainda que em editorias distintas, mas aproveito o espaço para dizer o que merecem ouvir.

Bem, diante de tudo acima porque teria eu aceitado o desafio de mergulhar nos turvos bastidores do mundo da política? Exatamente pelo desafio (odeio o sentimento do 'como poderia ter sido', já me dei mal por isso, mas sempre arrisco) . Ao receber o convite senti meu coração brigar com a razão, pedi um tempo, liguei, pensei e aceitei. O pesar por deixar Cidades pesou, mas tinha diante de mim uma proposta desafiadora e ao pensar nas "Flores que colho, ou deixo" encarei. Confesso que sinto medo e estou diante de alguma confusão mental, mas acredito que posso contemplar meu (utópico) sentimento de justiça ao cobrir as idas e vindas do poder. Ao cobrir os mecanismos e articulações das sucessões, as nuances e malícias da política.

Ah, e quanto aos novos colegas de Política gosto de todos, mas da mesa do bar e das festinhas... começa agora a nova etapa de trabalhar juntos. Enfim, estou aberta.... que venha o novo!

quinta-feira, abril 27, 2006

A preguiça

Quero escrever no blog, tenho um monte pra contar... mas tô com preguiçaaaaaaaaaa.....................
Preguiça de escrever... de encadear fatos e colocar os dedos em ação
Aliás estas duas linhas escrevi em 10 minutos e tenho preguiça de formatar

tenho preguiça, não é cansaço, nem tristeza (estou alegre) é preguiça...

segunda-feira, abril 17, 2006

Maria e as suas...


A Maria é figura. Todo dia tem uma nova, incrível. Se dedicasse meu tempo a sistematizar tudo escreveria um livro. Para minha alegria ela ama livros, ama, ama, ama. Tem a própria biblioteca e entre eles estão os clássicos 'contos de fadas', estórias de princesas e tal. Outro dia a peralta colocou uma cadeira na janela do apartamento e começou a jogar um pano para fora. Dei um pulo instintivo, coisa de mãe. Apesar das grades tive medo que ela caísse. E ela me olhou como quem domina a situação e disse:

-Calma, só estou jogando as tranças lá em baixo pra ver se dar certo.

Cerca de um minuto depois:

-É esse negócio de 'píncipe' não existe, ninguém subiu. Não acredito mais!

Na hora pirei, olha o raciocínio da garota. Mas gostei é bom que ela tenha um posicionamento crítico a respeito de príncipes, princesas e ilusões afins sem que eu tenha que emitir meus descrentes pontos de vista.
Palmas pra Maria, sem corujices eu juro!

A trilha sonora do feriado

O feriado foi ótimo! Adorei acordar e não ter que correr, resolver mil coisas, deixar a Maria na escola ir para o jornal e voltar só depois que a lua estiver alta no céu. Dias claros e quentes, noites fluorescentes... assim foi a tal semana 'santa' em Barra do Garças. A trilha sonora da viagem foi Funk Como Le Gusta, Seu Jorge e Ana Carolina (também teve Paulinho Moska - sempre). Mas uma música despertou em mim a necessidade de me enxergar e a letra parecia refletir o momento em que vivo, ou talvez gostaria de viver. Na verdad acho que os dois: vivo mas não o quanto gostaria. A música é da Ana Carolina (ouvi no CD que a Paola me deu de aniversário). Veja:

Pra rua me levar

Não vou viver, como alguém que só espera um novo amor
Há outras coisas no caminho aonde eu vou
As vezes ando só, trocando passos com a solidão
Momentos que são meus e que não abro mão

Já sei olhar o rio por onde a vida passa
Sem me precipitar e nem perder a hora
Escuto no silêncio que há em mim e basta
Outro tempo começou pra mim agora

Vou deixar a rua me levar
Ver a cidade se ascender
A lua vai banhar esse lugar
E eu vou lembrar você

É... mas tenho ainda muita coisa pra arrumar
Promessas que me fiz e que ainda não cumpri
Palavras me aguardam o tempo exato pra falar
Coisas minhas, talvez você nem queira ouvir

sexta-feira, abril 07, 2006

Pensando em Você (Moska)

Eu estou pensando em você
Pensando em nunca mais
Pensar em te esquecer
Pois quando penso em você
É quando não me sinto só
Com minhas letras e canções
Com o perfume das manhãs
Com a chuva dos verões
Com o desenho das maçãs
Com você me sinto bem
Eu estou pensando em você
Pensando em nunca mais
Te esquecer

domingo, março 26, 2006

Lágrimas de diamante

É estranho e maravilhoso. Parece que sempre tem uma letra do Paulinho Moska com a capacidade de sintetizar algum momento da minha vida. Abaixo a poesia de Lagrimas de Diamantes, bela e oportuna.


Não se preocupe mais
Com minha imperfeição
Não se pergunte mais
Porque me disse não

Se eu não procuro agora
O que encontramos antes
É só porque a noite chora
Lágrimas de diamantes

Lágrimas de diamantes
À noite, lágrimas de diamantes
De dia lágrimas, à noite amantes
Lágrimas de diamantes

domingo, março 19, 2006

Marina...

Está certo que não acredito em felicidade constante, mas valorizo meus instantes de alegria. Afinal são tais fragmentos que podem, um dia, nos dar a noção de que viver vale à pena. Este final de semana estive feliz. A Marina veio passar dois dias por aqui. Ela voltou para Brasília fiquei com a sensação de que poderíamos ter aproveitado mais. Mas agora parei para pensar e vi que não, que cada instante ao lado dela é legal e especial, ainda que fugaz. A simples presença da Ma por aqui me fez ter vontade de escrever um texto no estilo daquelas tradicionais redações típicas do ensino fundamental intituladas: 'minhas férias'. Como férias para mim ainda é realidade distante escrevo sobre meu sábado e domingo.
- Apesar do desencontro inicial, a Ma chegou na sexta e eu (morta de cansaço) dormi e não liguei para encontrá-la no mesmo dia, mas os outros dois dias foram ótimos. No sábado conversamos, passeamos com a Maria (Aliás, um fator que me faz amar ainda mais a Marina, é saber do sentimento bom que ela tem pela pequena), conversamos sobre tantos problemas, sonhos e as sempre presentes 'encreitações'. À noite saímos, algumas coisas não foram como combinamos, mas nos divertimos. No domigo acordamos tarde, almoço (atrasado) na casa da minha tia, passeio no parque Vaca Brava e no Shopping com a Maria, descanso em casa, chuva, e ela pegou a estrada. E eu fiquei aqui com a Maria, com uma sensação boa de ter aproveitado meus dias dedicados ao raro descanso ( é difícil ter folga o final de semana inteiro), ao lado de pessoas que amo e que me trazem a sensação de felicidade. Sei que ainda falta muito para ter tal sensação por mais tempo, mas vou dormir tranqüila, alegre e espero ter uma semana equilibrada.
Um dia de cada vez. Quero aprender apreciar a vida em pequenas doses de alegria, tristeza, raiva, sucesso, tranqüilidade, medo, certezas, dúvidas, frustrações, realizações... e "ou sem percebermos os dias irão passando como um trem sem estação. E lá estaremos nós com os pés no chão, mas encostando o céu com a palma das mãos..."

quarta-feira, março 08, 2006

Tristeza


Tal sentimento me ataca com muita freqüência nos últimos tempos. Quando penso que estou bem ele vem e me pega. Depois passa, mas nas noites de sol chega em silêncio e me ataca. Como hoje.

dia iInternacional da mulher por uma Mulher

Data idiota esta em que é comemorado o dia internacional da mulher. Não sei qual a razão de existir um dia em que homens soltam a voz para falar da importância da presença feminina no mundo. E é sempre a mesma coisa: 'A mulher tem jornada tripla, trabalhar fora, cuida dos filhos, da casa e do marido por isso é uma heroína!'. Heroína uma merda, na verdade é vítima de uma sociedade de costumes machistas que considera a mulher responsável pela harmonia, pela candura do lar. Quem disse que mulher quer carregar tais responsabilidades, tal sistema é tão imbecil que homem também trabalha fora, também namora e casa ( e a maioria trai a esposa, leva fama de 'fodão' e como disse um 'amigo' é esperto), sai do trabalho dá um alô pra família e rua, isso quando não sai direto. Hoje o fim do meu dia foi o retrato dessa 'valorização' da mulher. Estou revoltada e ai de quem me parabenizar por ter que trabalhar o triplo e ganhar a metade.

Ah, e o pior nem é isso. Sou muito expansiva e por isso quantas vezes alguns homens (imbecis) não fizeram julgamentos baseados em aparências, o que transformou minha naturalidade em estigmas como 'atirada', 'desbocada' e outros adas da vida. Se fosse homem não seria assim. Podem até me perguntar se gostaria de ser homem. Não, gosto de ser mulher, mas sonho em viver em uma sociedade menos hipócrita, que olhe mulher com naturalidade, não igualdade porque não existe, mas respeito e sem os tais estigmas machistas. Enquanto esse dia não chega, odeio datas demagogas como a de hoje e sinceramente não aceito PARABÉNS, não no dia 8 de março.

terça-feira, fevereiro 28, 2006

É tudo novo de novo na imprensa

Manhã de terça-feira de carnaval, 28 de fevereiro. Eu na redação às 09h00 depois de ter passado a noite anterior em Pirenópolis e Corumbá na cobertura da folia no interior de Goiás. O cansaço toma conta. Dou uma olhada nos jornais do Brasil enquanto me preparo para iniciar uma ronda à procura das tragédias típicas do feriado que marca a maior festa popular do Brasil. De repente o Pedro, que esta sentado do meu lado cobrindo política (de sandália, camisa com estampa de Festival de Cinema a e boné - afinal é feriado) solta: -não consigo ver novidades no jornal, não há nada de novo! -

É verdade: nada é novo. E os versos do meu amado Paulinho Moska dizem (de novo) na minha mente: 'é tudo novo de novo". Será que a imprensa está sem idéias e prolifera um jornalismo cíclico? Ou será que a sociedade perdeu a vontade de inovar e segue por ai repetindo os atos e fatos? Nada é novo mesmo. E olha que jornalistas passam os dias à procura do novo. Onde estão as novidades. Eu vivo a luta diária da busca por notícias, da cobertura cotidiana do novo que torna-se bem parecido, quiçá igual ao velho.

Novas pesquisas, desastres naturais, tragédias e sucessos econômicos, novidades na política social, e em tantos outros campos da vida social. Então porque o jornal de hoje está tão parecido com o de ontem e do ano passado? Um jornal de Brasília ou de Goiânia tão parecido com um do Pará? É vai ver o que o 'tudo novo' é mesmo conseqüência do 'de novo'.

terça-feira, fevereiro 14, 2006

JornaLillian (paixões e frustrações)

Há algum tempo, ou melhor anos, alimento um sonho... na verdade uma meta. - Não gosto de tratar como sonho para não parecer que espero a ação do destino, e sempre que o tal destino age contraria meus desejos - O que me deixa triste é perceber o quanto sou fraca e limitada diante dos fatos para transformar meus objetivos em realidade.
Hoje tive um ataque súbito, uma crise de choro ao sentir a minha impotência diante da vida e dos caminhos que ela toma sem me consultar. Constatei que sou "nada" perante os percalços e empurrões do chato do destino (porque se ele existe, com certeza me desafia).
É estranho esse sentimento me atacar agora, até porque ontem tive uma grande notícia para minha curta carreira de jornalista. Recebi uma proposta que contempla a paixão ardente que cultivo dentro do exercício do jornalismo. Ainda não posso dizer o que é, mas em breve quem me conhece (e lê jornal) poderá conferir meu contentamento expresso em algumas linhas.
No entato, o meu primeiro sonho, também profissional, parece ainda distante... mas apesar da tristeza tenho comigo um sentimento (de água mole em pedra dura) que não me deixa desistir. Outro dia conversava com a Paola (minha amiga) sobre essa tal insistência (natural) quando quero algo e comentei que algumas vezes seria melhor não ter tentado, mas como poderia saber. E diante de algo novo insisto de novo. Pode parecer uma atitude de gente teimosa (talvez seja), mas há quem entenda. A Paola por exemplo, que também afirma compartilhar o sentimento.
Por isso falo agora da minha alegria e da minha tristeza. Talvez tenha neste momento uma visão restrita: penso que a vida é uma só e que tenho que correr, correr, correr e correr para atingir minhas metas. Mas ela também cede às nossas insistências e por isso digo: vou correr até o fim atrás da minha meta.
Por hora, escrever aqui foi bom. Reafirmei minha decisão de manipular meus próprios sentimentos e pensar que tive nesses dias uma das minhas primeiras conquistas profissionais, que deve ser um dos primeiros passos para alcançar outros mundos, outros vôos... que podem, quiça, ir além da minha meta. Mas ainda hoje a frustração me faz chorar.

sexta-feira, fevereiro 10, 2006

Sem dizer adeus (Paulinho Moska)

Eu
Chorei até ficar debaixo d’água
Submerso por você
Gritei até perder o ar
Que eu já nem tinha pra sobreviver (Eu andei...)

Eu
Andei até chegar no último lugar
Pisado por ninguém
Só pra poder provar
O que era estar depois do final do além (Eu andei...)
E cheguei exatamente onde algum dia
Você disse que partia pra nunca mais voltar
E eu já estava lá a te esperar sem dizer adeus

Eu
Fiquei sozinho até pensar
Que estar sozinho é achar que tem alguém
Já me esqueci do que não fiz
O que farei pra te esquecer também?
Se eu não sei o nome do que sinto
Não tem nome que domine o meu querer
Não vou voltar atrás
O chão sumiu a cada passo que eu dei (Eu andei...)

domingo, fevereiro 05, 2006

.dor.

Não querer entender as razões dessa dor que me ataca seria mais fácil
Mas não consigo, ela me arde justo na hora que acreditei estar livre
Tudo culpa das ilusões (das minhas burras ilusões)
Quisera eu ser meramente racional
Resolver matematicamente meus problemas
Apagar as pegadas atrás de mim
Mas meu rosto inchado e repleto de lágrimas,
parece querer o contrário

Não importa os resquícios, as cicatrizes, não importa o amor
Não esse amor idiota que as ilusões alimentam
Esse, que falso, foge deixando apenas a dor, e essa sim: fica
E insiste em me atacar.

segunda-feira, janeiro 30, 2006

sem título

Nada pra colher no jardim.

sexta-feira, janeiro 20, 2006

Para sempre HOJE serei Lídia

Hoje quis sentir-me Lídia,a Lídia do Ricardo Reis A Lídia que senta à beira do rio,a Lídia confidente, A pagã inocente da decadência, Lídia. Segue abaixo a seleção de Odes deste heterônimo de Fernando Pessoa que tanto me agrada. Para que eu, com os pés no chão, Sonhe em tocar o céu e (por instantes:sentir-me Lídia.

Quando, Lídia (Ricardo Reis)

Quando, Lídia, vier o nosso outono
Com o inverno que há nele, reservemos
Um pensamento, não para a futura
Primavera, que é de outrem,
Nem para o estio, de quem somos mortos,
Senão para o que fica do que passa
O amarelo atual que as folhas vivem
E as torna diferentes

Prazer (Ricardo Reis)

Prazer, Mas devagar,
Lídia, que a sorte àqueles não é grata
Que lhe das mãos arrancam.
Furtivos retiremos do horto mundo
Os depredandos pomos.
Não despertemos, onde dorme, a Erínis
Que cada gozo trava.
Corno um regato, mudos passageiros,
Gozemos escondidos.
A sorte inveja, Lídia.
Emudeçamos.

Dia Após dia (Ricardo Reis)

Dia após dia a mesma vida é a mesma.
O que decorre, Lídia,
No que nós somos como em que não somos
Igualmente decorre.
Colhido, o fruto deperece; e cai
Nunca sendo colhido.
Igual é o fado, quer o procuremos,
Quer o 'speremos. Sorte
Hoje, Destino sempre, e nesta ou nessa
Forma alheio e invencível.


segunda-feira, janeiro 16, 2006

O Gloss de caipirinha

Comprei um gloss de caipirinha.
No primeiro dia levei pro jornal: sucesso total! Todo mundo queria experimentar, e quase todo mundo experimentou. Até um tal repórter que antes de passar falou: - Você tá doida, isso não é coisa de homem! Mas a curiosidade venceu: passou! -Humm... não é que tem gosto de cachaça! - diziam todos. E eu praticamente bebendo o batom pastoso. Saí do jornal direto para o bar alternativo: o gloss não saia da minha mão.
A galera no bar começou a chamar-me "cachaceira", vejam vocês. Mas todo mundo pedia um poquinho e degustava o cosmético com a língüa. Quando percebi que estava 'quase' tonta. Pensei: - foi a mistura, to bebendo cerveja e passando gloss de caipirinha! - -Será que tem alguma 'coisa' nesse gloss? Não sei, ele tá aqui na minha frente. Estou no jornal, mas o gostinho que está na minha boca coloca minha cabeça lá no bar. Não sou TÃO cachaceira, gosto mesmo de cerveja, mas o gloss de caipirinha...hhhhmmmm! Pena que tá acabando.
Ah... Comprei um gloss de caipirinha.

quinta-feira, janeiro 05, 2006

Sobre viver

    Tão cedo passa tudo quanto passa!
    Morre tão jovem ante os deuses quanto

    Morre! Tudo é tão pouco!
    Nada se sabe, tudo se imagina.
    Circunda-te de rosas, ama, bebe
    E cala. O mais é nada.

    Ricardo Reis (1923)