quinta-feira, outubro 27, 2005

Olhares

Despertamentos
(à Líllian, mãe-menina)

Cálida e silenciosa
mal nasceu a fonte e já se torna regato
amando afluentes
antecipando a vida.

Porém, o relicário doce
demanda providências incertas
e não é raro haver dor entre os sonhos
mas é uma dor esquiva, imprevista,
às vezes tempestuosa.

O tempo acaba fazendo tudo fluir
e há surpresas espantosas
à espera de quem ouse
doar-se sem planos
aos momentos menores.

Porque o importante das fontes
é a entrega gratuita

(Luiz Signates)

Este poema foi dedicado a mim, e coloco ele aqui por considerar importante a pessoa que se dedicou a escrevê-lo, meu caro professor Doutor, orientador e querido Signates...
Às vezes é estranho perceber os olhares e percepções das pessoas a meu respeito, algumas incomodam, querem saber o que a elas não importa (essas são chatas, mas sempre exisitirão... e que arrumem mais o que fazer!). Outras conseguem ver em mim qualidades que nem eu enxergo... e defeitos também e quando há carinho e amizade todos esses olhares me auxiliam na caminhada. É o caso deste poema, um olhar doce... que tantas vezes nem eu vejo em mim, mas ai o mesmo Signates me ensinou as diferenças entre 'eu' e 'self'!
É isso, tem gente realmente importante na vida da gente, e você tem seu lugar na minha, professor!

quarta-feira, outubro 26, 2005

O meu caos embalado por Paulinho Moska

Ilusão, fugir de mim...
Luzes, Jasmim... meu coração vaso quebrado
Só pra anoitecer o que é escuro
Tô lembrando de você... uma vez

Será que sou eu na minha carteira de identidade?
Será que sou que ando no meu corpo pela cidade?
...Ou será que sou que minto pra dizer a verdade?
...Que tenho medo do jornal de amanhã?
Será que sou eu que penso ser o que talvez eu nem seja?

Porque já tranquei as portas e escondi as chaves...
Tudo que sonhei me incomoda agora...

A algum tempo o caos se instalou na minha cabeça... busco a ordem, mas acabei percebendo que não quero mais a ordem... e descobri que o problema era este... o caos era fruto da ordem que eu buscava... Ou busco? Não sei! O dia que descobri organizo...ou desorganizo de vez, ou só por um tempo...

terça-feira, outubro 25, 2005

Dia Após Dia


Dia após dia a mesma vida é a
mesma.
O que decorre, Lídia,
No que nós somos como em que não somos
Igualmente decorre.
Colhido, o fruto deperece; e cai
Nunca sendo
colhido.
Igual é o fado, quer o procuremos,
Quer o 'speremos. Sorte
Hoje, Destino sempre, e nesta ou nessa
Forma alheio e
invencível.