quinta-feira, agosto 30, 2007

O mundo não merece...

Sinceramente, o mundo não merece um ser tão estranho quanto eu. Eu mesma olho e não entendo a intensidade de minhas alterações de humor. Hoje estive com um péssimo humor e uma raiva gratuita de detalhes. Esqueci completamente o significado da palavra paciência e segui para minhas tarefas cotidianas. Como posso me irritar tanto com o mínimo?
Passei o dia sem querer cumprimentar as pessoas. Claro que o fazia. Afinal o mundo não compreende e muito menos respeita meu mau humor. Mas não conseguia entender porque todo mundo que me falava 'oi' tinha a iniciativa de inventar um assunto que me obrigava a permanecer mais um pouquinho ali em um pseudo-diálogo. Prestei atenção em pouca coisa hoje, para dizer a verdade quase nada. Estritamente ouvi o que me interessou. Não atendi a maioria das ligações. Simplesmente decidi que não queria diálogos hoje. Nem sempre é possível, algumas pessoas é preciso atender, mas evitei o que pude. Com muita gente que conversei não lembro o assunto, mas sei que tudo me irritava. O jeito de falar, o cheiro das coisas, as manias, tocar em mim enquanto falam - coisa que sempre me irritou, aff...
Parece atitude de 'velha'? Muita gente já me disse isso. Que seja. Liguei o "foda-se" hoje desde a hora que acordei até agora - madrugada - enquanto aqui escrevo. A sorte das pessoas que me cercam é que nesses dias ganham mais com o meu silêncio. Quem não conhece pode estranhar, mas quem consegue "me ler" - como diz um amigo- no mínimo, acostumou-se. Vou dormir...

quinta-feira, agosto 23, 2007

Ser em mutação

Hoje eu não escreveria o texto abaixo...
Ontem queria colo
Hoje quero tato
E amanhã?....

quarta-feira, agosto 22, 2007

As inépcias da mediocridade

No fundo do mar existem aquelas cavernas escuras, tomadas de breu. Por elas nadam pequenos peixinhos que são levados até ali por uma luz brilhante e sedutora. A luz conduz esses medíocres seres que se entregam na esperança de alcançar o gozo prometido. Mas quando estão ali, sem saída, o pequeno ponto brilhante da sedução revela o peixe-monstro que o conduz. Preso, o pequeno tenta reagir, mas está encurralado. Morre. Sou o peixinho (de novo).

terça-feira, agosto 21, 2007

Não gosto do bom senso



Eu não gosto do bom senso
Eu não gosto de bons modos
Eu gosto dos que têm fome
Dos que morrem de vontade
Dos que secam de desejo
Dos que ardem…

segunda-feira, agosto 20, 2007

Porque a gente é assim?

A pergunta de Cazuza me fez refletir e soltar ao vento inúmeros porquês. Em vão. Nenhum deles parece capaz de preencher o vazio que aperta o peito. E você? Por quê? Por que não passa como um rio? Tantos erros e acertos e você rompeu meu momento de calmaria que sucedeu tantas atribulações. Gritou no meu silêncio. E por quê? Não sei. Talvez nem seja preciso dizer mais nada. O som do vazio ecoa agora um silêncio ensurdecedor. Na minha madura imaturidade não compreendo. Talvez para você e sua esnobe maturidade seja esse o caminho, o do silêncio. Talvez pense que não há mesmo nada a responder, já me disse isso. Fico calada e com o coração cheio de vazio. Vou escrever para "racionalizar a vida", talvez seja melhor que sentir, afinal sempre que tento termino na tentativa de racionalizar a dor. De todos os porquês, apenas uma certeza... o meu querer.

quinta-feira, agosto 16, 2007

12 páginas sem você

Ainda é cedo amor
Mal começastes a conhecer a vida
Já anuncias a hora da partida
Sem saber mesmo o rumo que iras tomar
Preste atenção querida
Embora eu saiba que estás resolvida
em cada esquina cai um pouco a tua vida
Em pouco tempo não serás mais o que és
Ouça-me bem amor
Preste atenção que o mundo é um moinho
Vai triturar teus sonhos tão mesquinhos
Vai reduzir as ilusões à pó
Preste atenção querida
Em cada amor tu herdarás só o cinismo
Quando notares que estás à beira do abismo
Abismo que cavastes com teus pés

Preenchi 24 páginas do meu livro da vida, 12 delas ao seu lado, outras 12 contigo apenas na memória e na alma. Mas nunca consegui guiar a caneta sozinha e muitas páginas foram escritas à revelia de minha vontade, apesar de ter lançado as palavras não pude controlar as frases e parágrafos que elas formaram. Sozinha, mergulhei com sede na vida e consegui cavar o meu abismo e diante dele não sei se recuo ou pulo. Em uma dessas páginas adquiri uma mãozinha para guiar, mas me sinto perdida porque sequer encontrei meu caminho. Pareço perdida diante do labirinto do mundo, que é esse moinho ai. Devia ter prestado atenção na letra do Cartola quando tinha apenas 16 anos. Mas agora, só queria te dar um abraço, pai.

Abismo

Um pouco do grito silencioso da alma, embalado por Cazuza....

-- A luz negra de um destino cruel ilumina um teatro sem cor
Hoje eu to representando o papel do palhaço do amor
Sempre só e a vida vai seguindo assim...