quinta-feira, agosto 16, 2007

12 páginas sem você

Ainda é cedo amor
Mal começastes a conhecer a vida
Já anuncias a hora da partida
Sem saber mesmo o rumo que iras tomar
Preste atenção querida
Embora eu saiba que estás resolvida
em cada esquina cai um pouco a tua vida
Em pouco tempo não serás mais o que és
Ouça-me bem amor
Preste atenção que o mundo é um moinho
Vai triturar teus sonhos tão mesquinhos
Vai reduzir as ilusões à pó
Preste atenção querida
Em cada amor tu herdarás só o cinismo
Quando notares que estás à beira do abismo
Abismo que cavastes com teus pés

Preenchi 24 páginas do meu livro da vida, 12 delas ao seu lado, outras 12 contigo apenas na memória e na alma. Mas nunca consegui guiar a caneta sozinha e muitas páginas foram escritas à revelia de minha vontade, apesar de ter lançado as palavras não pude controlar as frases e parágrafos que elas formaram. Sozinha, mergulhei com sede na vida e consegui cavar o meu abismo e diante dele não sei se recuo ou pulo. Em uma dessas páginas adquiri uma mãozinha para guiar, mas me sinto perdida porque sequer encontrei meu caminho. Pareço perdida diante do labirinto do mundo, que é esse moinho ai. Devia ter prestado atenção na letra do Cartola quando tinha apenas 16 anos. Mas agora, só queria te dar um abraço, pai.

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