quinta-feira, dezembro 21, 2006

O vazio dos últimos dias de dezembro

Todos os dezembros que vieram depois de meus 20 anos são iguais: melacólicos. Assim como em aniversários fico tomada de nostalgia e passo a refletir sobre o que vale ou não à pena na vida. Me entristeço com o balanço quase sempre negativo de ter dedicado a maior parte do meu tempo à coisas, pessoas e situações que seriam melhor se não existissem. Me irrito também com o impulso consumista que toma as pessoas e, o pior, reconheço que tenho esse defeito, mas em outras épocas do ano. No 12º mês não gosto de ir à centros comerciais, shoppings, então, detesto. Me sinto incomodada ao tentar entender o tal significado do natal, se formos adotar a definição cristã, sou obrigada a concluir que a maioria das pessoas são hípócritas quanto à festa.

Além do comportamento alheio, me incomoda o meu próprio. Tenho uma mania, quase uma compulsão, por analisar quem sou, para que estou e a que vim. Adianta? Não. Sempre conclusão de que não somos mais que uma piada de Deus, como bem definiu meu amado Paulinho Moska. Então porque algumas pessoas agem como se fossem mais que isso? Neste final de ano, em especial, carrego uma decepção acentuada com o ser humano e as razões que motivam o agir das pessoas. Situações me levaram à desilusão com outros seres e comigo também.

Gostaria de me tornar uma narradora-observadora da vida no período que vai de 15 de dezembro a 1º de janeiro. Enxergar o mundo sem me sentir inserida neste processo de final de ano, que sem maiores explicações que as acima, me incomoda.

sexta-feira, dezembro 15, 2006

Dos colores: Blanco y negro

Nuestra primera intención
era hacerlo en colores
una acuerela que hablara
de nuestros amores

Un colibri policromo
parado en el viento
una canción arco iris
durando en el tiempo

El director de la banda
silbando bajito
pensaba azules y rojos
para el valsecito

Pero ustedes saben señores
muy bien como es esto
no nos falló la intención
pero si el presupuesto

El blanco y negro
esta canción
quedó en blanco y negro
con el corazón
en el blanco y negro
nieve y carbón
en blanco y negro
en technicolor
pero en blanco y negro

Fuimos quitando primero
de nuestra paleta
una mirada turquesa
de marco violeta

Luego el carmín de las flores
encima del piano
una caída de sol
cuando empieza el verano

(Jorge Drexler)

quarta-feira, dezembro 13, 2006

Não somos mais que uma gota de luz

Gente, tanto tempo sem postar aqui e tantas acontecimentos movimentaram minha vida. Primeiro fiquei sem escrever porque estava em meio à turbulência da cobertura de política nas eleições, depois o pós-eleitoral, sucessão na Assembléia Legislativa e Câmara de Vereadores. Chegava em casa super tarde, pregada, sem a menor possibilidade de encarar outro computador para escrever neste espaço. Mas agora o faço em meio a uma turbulência de sentimentos que me fizeram pensar o quanto as situações são vulneráveis. Como tudo muda e quando percebemos a configuração é outra.

As mudanças que invadiram minha vida nos últimos dias foram no trabalho. No começo fiquei um tanto chateada e tal. Depois percebi que "tudo se compõe e se decompõe", como ensina o meu mestre Paulinho Moska! Mas é verdade, as mudanças são tantas que é bobagem acreditarmos que tal ou qual espaço é nosso. Fui repórter de Cidades, área pela qual tenho absoluto tesão, adoro porque abre espaço para grandes reportagens. Sai. Depois fui para Política, área em que aprendi muito, principalmente na apuração e na arte de escrever com agilidade, e que me apaixonei também. Mas agora mudei de novo e assim será sempre na vida.

A Marina Mercante (minha super amiga que amo) sempre me diz: Calma, tudo se encaixa e temos uma incrível capacidade de superar, de nos adaptarmos. Verdade, Ma. E o Moska diria:
Calma, tudo está em calma
Deixe que o beijo dure, deixe que o tempo cure.

E como não podia deixar de ser, a vida não pede licença e muito menos desculpa e o perdão é que possibilita o nascimento da culpa.

Sei que este texto ficou confuso. É que abriga a confusão de idéias que está agora em minha cabeça. O certo é que não somos mais que uma gota de luz, uma fagulha tão só na idade do céu.

quarta-feira, dezembro 06, 2006

MEU PENSAMENTO NÃO QUER PENSAR


Meu pensamento não quer pensar
ele está com preguiça de se levantar
Depois de um sono tão profundo
é duro acordar e ver que no mundo
tudo é novidade, mas eu já conheço
Então volto a dormir que é pra ver
se me esqueço

Que meu pensamento não quer pensar
e para apreender eu vou ter que apanhar
pois só assim que o ser humano evolui
Só assim serei o que nunca fui
Tudo é tão velho e eu ainda nem nasci
O tempo nunca passou e eu nem percebi

Que o meu pensamento não vai pensar
enquanto eu não fizer seu coração vomitar
toda a consciência que não o deixa em paz
com os mesmos padrões de séculos atrás
com as mesmas paixões por coisas
absolutamente banais.

(MOSKA)