quinta-feira, dezembro 06, 2012

Obrigada!

É claro que eu vou chorar. Já o faço agora.
Se não choro, não sou eu.
Meus olhos teimam em derrarmar o que meu coração transborda.
E agora ele está apertado.
Vou embora.
Não sem querer.
Vou embora porque quero
Assim como quis vir
Mas a vida...
a vida segue muito além de nossas  escolhas.
Escolhemos e seguimos
Mas o que virá nunca sabemos
E eu não sabia
Vivi tanta coisa intensa nos últimos 3 anos que nem dá pra classificar em boas ou ruins
Só posso sentir que me fizeram bem, mesmo o que me fez chorar, sofrer e adoecer
Tudo me fez forte, me fez dura e sensível ao mesmo tempo.
Sigo para a fase seguinte sabendo que estou diferente
E me sinto melhor por isso

Inevitável chorar.
Principalmente porque nesse exercício de viver
encontramos tanta gente
Gente que quero deixar pra trás mesmo, mas que nem por isso me fizeram aprender menos
Gente que deixo agora com o coração apertado, pequenininho
Gente que me ensinou muito e gente que me mostrou que ainda tenho muito a aprender
Gente que segue comigo, onde quer que eu vá.

Odeio despedidas.
Só preciso dizer que amei. Que amo.
Preciso dizer obrigada!

domingo, novembro 25, 2012

Estranho...

Estranho isso de amar...
Um não saber cheio do desejo de conhecer
Uma calma repleta de inquietação
Um abraço carregado de afeto
E beijos sedentos do desconhecido
Estranho isso de sentir...

quinta-feira, outubro 25, 2012

... Aaaaahhhhh!!!!!!!

Ansiosa?!
Já mordi os lábios até sangrar
Continuo mordendo
Comi chocolate
(a minha cota anual de um pedacinho por ano porque normalmente detesto chocolate).
Estou com a concentração de um peixe beta no aquário
E vontade de chutar alguém ou qualquer coisa
Não sei se isso é ansiedade!!
Sinceramente!!!!
Só sei que dois meses podem demorar dois anos pra passar!

O pranto da vizinha

Da janela pude ouvir um choro sentido e profundo de mulher que vinha do andar de cima. Em apartamentos pequenos e antigos como esse em que vivo, ouve-se tudo. Conhecemos, obrigatoriamente, fragmentos da vida dos vizinhos. E hoje, seguia cá com minhas angústias, quando o som daquele pranto dolorido invandiu meu quarto. Parei. Ouvi inerte por uns cinco minutos ou mais.Tive vontade de subir e abraçar aquela desconhecida vizinha que aos prantos entregava a alma. Para mim, o choro é assim, desnuda, desarma e amolece a pessoa. Talvez ela precisasse de um abraço, de consolo ou só de companhia. Sentada em minha mesa de estudos já não conseguia mais escrever. Fui tomada pela inquietação. Percebi que nada poderia fazer. Aquelas lágrimas não me diziam respeito, mas ainda assim, o pranto me apertou o coração.  Permaneci ali. Fisicamente inerte, mas meu coração, tomado de assalto pela dor alheia, recordou suas próprias dores e não se aquietou mais.

domingo, outubro 14, 2012

Ansiolítico



Uma pontada no coração
Mãos geladas, corpo trêmulo
Lágrimas quentes
Descontrole
O corpo se revela assustador
A mente se perde
Confusão de sentimentos
Retornos e fracassos
Mudanças em curso
Caixas de papelão
espalhadas pela casa
Incertezas
Inquietudes
Palpitações
Tremores e temores
Sem diálogos
Sem trocas
Calmante
Sonolência
Lágrimas quentes
...



segunda-feira, setembro 10, 2012

Ao que foi



De um peito doente
De uma mente descrente
De um corpo cansado
De uma alma cativa
Ficam cicatrizes

Mas deixo que tudo passe
Deixo que tudo siga
Mesmo com lágrimas,
fico livre
Ainda que por instantes,
segundos, horas, dias...

Tudo se foi
Fico aqui para o novo
Para o que agora me arrebata
Que venha
Que eu sinta
Que pulse

Lillian



Há muito tempo uma música não me inspirava a escrever, como esta o fez. As linhas acima foram escritas ouvindo "Vivo de Novo" da banda paulistana Gram. Abaixo o vídeo...






segunda-feira, junho 18, 2012

Eu, Chico, Caetano, o tigre e o cocô













Na varanda de uma casa à beira mar, eu Chico Buarque e Caetano Veloso observávamos o mar que banhava o quintal e refletia a luz de uma lua de São Jorge, branca, linda e cheia.

Chico olha para mim e pergunta se quero repetir com ele a cena clássica que ele fizera com Caetano anos atrás: encher uma espécie de pipa de gás e voarmos juntos segurando a rabiola. Topei na hora.

Enchemos uma pipa em formato de navio e seguramos na rabiola juntos. Voamos livremente sobre a Guanabara (foi isso que Chico dizia) até passarmos por baixo de uma ponte quando eu cai no mar. Chico caiu antes e precisou nadar mais que eu para voltar até a margem. Com medo de tubarões, perguntei a Chico se era seguro nadarmos naquele mar escuro.

Ele respondeu que sim e fomos devagar até uma pequena margem, cheia de casas velhas. Parecia uma favela. Caetano ficou pra trás, foi embora e não voltou. Eu e Chico seguimos engatinhando por aquela pequena praia que misturava areia e mato. Parei. Senti uma mordida em minha mão. Era um tigre, pequeno, mas feroz. Chico, bravamente, matou o tigre e me protegeu.

Entrei em uma espécie de hotel e tudo que queria era tomar banho. Estava suja, mas encontrei minha mãe e meu irmão e contei minha gloriosa história ao lado de Chico Buarque.  Estávamos todos no hotel, construído em um prédio antigo, cheio de rachaduras e portas antigas. Consegui um quarto e poderia, finalmente, tomar banho, mas a lâmpada queimou. Estava no escuro. Não havia como trocar, então fui usar a banheira da suíte em que minha mãe estava hospedada, mas para minha surpresa, a banheira estava cheia de cocô. Ela me disse: Essa banheira não pode ser usada, ai a dona do hotel coleciona cocô.

Apareceu uma senhora de cabelos grisalhos, uma saia velha cinza e uma camiseta larga verde. Me entregou uma lâmpada em formato de garrafa de pinga. Quando tentei trocar a outra, que havia queimado, voltou a funcionar.

Acordei.

domingo, maio 20, 2012

Casos de amor

Está em cada poesia
Em cada lágrima
Em cada carícia
Na vida, meu amigo,
Os melhores casos de amor
São aqueles jamais vividos

quarta-feira, maio 09, 2012

Pra onde?

Pra onde esse ônibus vai?
- Não sei!
Por que entrei nele?
- Não sei...
... talvez para não chegar.

terça-feira, maio 08, 2012

A distância diária de cada um

O dia finda e todos falam ao celular
Penso em meus problemas
Lembro das pessoas que me esqueceram
Me esqueço das que talvez se lembrem de mim

A meu lado todos ao celular
Cada passante da escura estação
Fala ao celular
Eu, invisível, os observo
E guardo a íntima companhia
de meu bloquinho de anotações

Um deles pergunta:
- O que está fazendo?
Outro responde em outra órbita:
- Estou a caminho, mas vou demorar!
Outros falam de suas teses,
dissertações, dores e do bebê
que acabara de nascer

Penso na ausência
de cada um dos interlocutores
que não consigo ver
E vejo o olhar distante daqueles
que conversam em suas caixinhas de falar

Tudo é ausência e distância



sexta-feira, abril 20, 2012

Saudade (Augusto dos Anjos)

E porque hoje (20/04) seria aniversário do poeta Augusto do Anjos, resolvi publicar esse poema. A obra dele foi muito importante para que eu me apaixonasse tanto pela poesia, ainda no início da adolescência.
Saudade


Hoje que a mágoa me apunhala o seio,
E o coração me rasga atroz, imensa,
Eu a bendigo da descrença em meio,
Porque eu hoje só vivo da descrença.

À noite quando em funda soledade
Minh'alma se recolhe tristemente,
Pra iluminar-me a alma descontente,
Se acende o círio triste da Saudade.


E assim afeito às mágoas e ao tormento,
E à dor e ao sofrimento eterno afeito,
Para dar vida à dor e ao sofrimento,


Da saudade na campa enegrecida

Guardo a lembrança que me sangra o peito,
Mas que no entanto me alimenta a vida.

terça-feira, abril 10, 2012

Pulsar

Sou tão frágil
Quanto as paredes
De meus vasos sanguíneos
Que, fortes, suportam
a pressão da vida
Que em mim circula

Tenho tantas certezas
Quanto o sol
Que me esquenta a pele
todas as tardes

Não sei até quando
ele estará ali
mas confio no
calor que me aquece
até que chegue a dúvida,
que tal qual a lua
toma o lugar do sol
leva minhas certezas
para o vão do nada

Nesse momento
Sinto toda a fragilidade
Da minha vida
Que forte pulsa



De cima para baixo

Ou debaixo para cima...




             
               Da vida não sei nada...
                                                                      
                    Logo após serem tomadas

                                Muitas decisões parecem erradas

                                    Como saber ... o caminho a seguir?

                            Como saber... sobre ficar ou ir?

                       Como saber?
               

sábado, abril 07, 2012

Ela

Olhos suaves
Abraços apertados
Mãos desajeitadas

Primeiro me tomou o ventre
Depois me preencheu a vida
Espaçosa e delicada

Inteligente e perspicaz
Cada sorriso seu
Alegrias ímpares me traz

Minha pequena Maria
Meu imenso amor

quarta-feira, março 28, 2012

Bailando

Levarei a imagem na memória
Você cinza
Dançando no escuro
Um baile de braços, pernas e cabelos
Uma dança sem cor
Que quando aporta na lembrança
Me colore o coração

Lillian Bento


segunda-feira, janeiro 30, 2012

Enganos

Quando finalmente me livrei de tudo que eu pensava me fazer mal,
percebi que me havia me livrado de mim mesma. E agora?!