domingo, abril 01, 2018

Das portas abertas

São 35 anos, alguns amores e muitas paixões. 
Impulsiva, nunca achei difícil abrir portas 
Quando meu coração se converte em Corisco,
difícil é mantê-las fechadas
Tamanha é a força dos ventos que me movem
que não há porta que fique fechada!

Mas depois, quando vem a calmaria
E chega a hora da marcha estradeira
Das inevitáveis despedidas
Sigo, deixando as portas abertas
Como é difícil fechar portas.
Umas mais que as outras. 
Romper ciclos
Seguir sem olhar para trás 

Vez ou outra quando o presente esfria
O coração amorna
É bom saber que há para onde correr 
Onde estão encontros que trazem novamente 
movimentos e intensidades 
É bom e (tão egoísta) ter possibilidades 
Um caminho, um vício

Um vício que agora, 
No findar do meu quinto setênio,
Me traz incômodos
E revela importantes contradições 
É difícil perceber os ventos que arrebatam meu coração 
quando tantas portas estão abertas

E, apesar de não saber se as quero fechadas
Tomo uma distância para observar 
Sem julgar 
É desafio
Mas agora preciso desfrutar do silêncio 
para potencializar a escuta 
Recolher meus fragmentos 
Me reconhecer inteira. 

Lillian
 


Nenhum comentário: