terça-feira, maio 25, 2010

Antítese em metalinguagem

Em outubro próximo este blog faz 5 anos. Há alguns dias pensei em eliminá-lo, deixar para trás todo esse lirismo que o alimenta, mas agora percebo que isso é impossível. Impossível porque estou em cada linha aqui escrita, estou nesse layout já antigo que não consigo mudar e que traz um pouco do que preservo - o antigo, o que permanece diante da efemeridade da vida, o vintage.

Lembro que a decisão de criar este blog veio de um surto (quase psicótico), de uma revolta que já pulsava inquietante na minha alma desde muito antes de 2005. Assim, num impulso, como muitas coisas que faço na vida, passei a escrever o que sentia, o que me dava raiva e o que provocava alegrias. Me descobri ainda mais apaixonada pela escrita e comecei um ritual de só escrever aqui quando tivesse a alma invadida de sentimentos vibrantes. Seja de que ordem fosse, mas que fosse pulsante, que gritasse em mim. E assim, o fiz.

Por muito tempo sem divulgar, falar ou mostrar o que aqui escrevia. Ainda hoje não divulgo tanto, o que fez do blog um companheiro, quase um ouvinte de minhas quimeras. De tal maneira que agora, relendo textos antigos, posso ver mudanças, maturidade talvez, sentimentos antigos, alguns deixados para trás, outros transformados, mas nenhum esquecido.

Esta trajetória dá ainda mais sentido ao título do blog, aos versos de Fernando Pessoa - Flores que colho, ou deixo...

Vivo hoje um presente, sem esquecer o que aqui está registrado, preservando o usado, o velho, o antigo. Esse blog já está minha história, tanto que inicio a partir dele, um novo projeto, que espero em breve divulgar. Vamos ao futuro, sem perder de vista quem fomos no passado e sem acreditar que um dia saberemos quem de fato somos, tudo é trajetória, tudo é estrada na vida. Uma antítese sem fim e que torna interessante a vida.

Um comentário:

Lian Tai disse...

Os blogs acabam contando mesmo nossa história. Não desista do seu, até porque os textos são ótimos!